
A moção é um documento que reúne assinaturas, com o objetivo de demonstrar o apoio da população a uma causa ou proposta. Neste caso, os fiéis apoiam o reconhecimento à fama de santidade e ao legado evangelizador e pastoral da doutora Zilda.
A celebração eucarística foi conduzida pelo presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno, e contou com a presença de mais de 20 bispos de vários municípios brasileiros e autoridades municipais e estaduais.
Beatificação
De acordo com Nelson Arns, coordenador nacional adjunto da Pastoral da Criança e filho de Zilda, o evento foi resultado de uma rede nacional de mobilização, que coletou assinaturas para a moção de apoio à beatificação. O documento com mais de 130 mil assinaturas foi entregue durante a celebração eucarística à arquidiocese de Curitiba e o próximo passo será o encaminhamento do processo completo para o Vaticano.
“O trabalho de minha mãe à frente da Pastoral foi marcado pelo altruísmo e isso permanece até hoje. As pessoas que integram a Pastoral buscam melhorar sua atuação junto às crianças e à sociedade, não pedem nada para si, mas pelos outros. O apoio à beatificação de uma pessoa que não era religiosa também chama a atenção para o fato de que todos os cristãos são chamados à santidade, e não apenas aqueles que seguem a vocação religiosa”, disse.
Para o arcebispo da Paraíba (PB) e membro do Conselho Diretor da Pastoral da Criança, dom Aldo Di Cillo Pagoto, responsável pelo anúncio de que a Igreja do Brasil daria início ao pedido de beatificação de Zilda, o reconhecimento da médica representaria a valorização do enorme legado deixado por ela. “Zilda dedicou-se à uma certa concepção de vida que precisa ser valorizada. Foi agregadora dos valores de defesa e promoção da vida de crianças e idosos. Seu trabalho tem um caráter sagrado, mas também político. Por isso pedimos reconhecimento para essa líder e benemérita”, declarou.
Biografia
Zilda Arns nasceu em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha, Santa Catarina (SC). Ela desenvolveu um importante trabalho social, reconhecido em todos o país. Fundou a Pastoral da Criança em 1983 e, mais tarde, a Pastoral da Pessoa Idosa. A médica pediatra e sanitarista ficou conhecida nacionalmente e em mais 21 países pelo trabalho de combate à mortalidade infantil e de proteção a gestantes e idosos, com a ajuda de um exército de mais de 200 mil voluntários.
A candidata à beata morreu no dia 12 de janeiro de 2010, durante o terremoto que devastou o Haiti, onde estava em missão humanitária, para introduzir a Pastoral da Criança no país.
Zilda Arns encontrava-se em Porto Príncipe, em missão humanitária, para introduzir a Pastoral da Criança no país.
Fonte: CNBB – Foto do jornal O Tempo
Respostas de 2
O que ela fez , foi salvar vidas.Com certeza deve ser reconhecida e veneravél por sua obra humanitária.
Trabalhamos juntas, quando a Pastoral da Criança começou. Eu era a Diretora da Divisão Nacional da Educação em Saúde do Ministério da Saúde. Seu inicio foi muito difícil e sofrido. Somente uma pessoa como a Zilda, corajosa, generosa, solidária, forte e com plena consciência da sua missão de pediatra , sanitarista e cristã poderia levar adiante esta maravilha que é a Pastoral da Criança, que salvou milhares de crianças da fome e das doenças e suas famílias e comunidades da miséria e da desagregação. Sim, milhares de vidas foram salvas. Sua morte foi uma perda irreparável e inexplicável. Ela que doou sua vida pela humanidade , especialmente pelos deserdados da terra , merece ser beatificada, para exemplo das próximas gerações.