A sacralidade da vida - Arquidiocese de Fortaleza
Atualidades

A sacralidade da vida

A Igreja Católica quer levar a sociedade a defender e a promover a vida humana, desde a sua concepção até a sua morte natural. Para atingir este objetivo, segundo a CF de 2008, a Igreja quer: desenvolver uma concepção de pessoa (antropologia integral) capaz de fundamentar adequadamente, sem reducionismos, as ações em defesa da vida humana; fortalecer a família como espaço primeiro da defesa da vida, através da maternidade e da paternidade responsáveis, do acolhimento aos idosos, doentes e sofredores; fomentar a cultura da vida, por meio da educação, para o desenvolvimento pleno da afetividade, a co-responsabilidade entre homem e mulher, e a solidariedade entre todos; trabalhar em unidade com pessoas de diversas posições culturais e diferentes religiões na busca da promoção da vida; desenvolver nas pessoas a consciência crítica diante das estruturas que geram a morte e promovem a manipulação e comercialização da vida humana e apoiar políticas públicas que garantam a promoção e defesa da vida.

Alguns dos temas mais importantes para a defesa da vida humana na atualidade se referem a questões que afetam a reprodução humana, como o aborto (a matança de um ser humano em potência) e a reprodução assistida (bebê de proveta), as células-tronco (às vezes, matança do embrião). Podemos incluir aqui também a eugenia que consiste em verificar o sucesso da fecundação, antes da transferência do embrião para o útero. Nesta oportunidade faz-se o exame genético em uma ou mais células para diagnosticar possíveis doenças (como a síndrome de Down). Se comprovados, os embriões são eliminados, “descartados”. Essa seleção é evidentemente eugênica: eliminação dos embriões considerados inferiores e defeituosos (cf. op.cit. p.48).

É neste processo que embriões que não sejam do sexo preferido dos pais são eliminados. Nas aulas de biologia no colégio aprendemos que a vida humana começa no exato momento da fecundação, que é a penetração do espermatozóide no óvulo. Desde a fecundação até a morte natural, os processos vitais acontecem de forma interna, contínua, coordenada e gradual. A fase de zigoto, de embrião, do feto etc., são etapas que caracterizam diferentes estágios de sua vida, assim como a infância, adolescência, maioridade e velhice são etapas de sua vida após o nascimento. O zigoto é um sujeito individual, espécie humana com possibilidade de desenvolvimento. Sendo um bem em si, deve ser respeitado no plano ético e protegido no plano jurídico, qualquer que tenha sido sua origem. “A avaliação moral do aborto provocado deve aplicar-se também às diferentes formas de intervenção sobre os embriões humanos, mesmo quando, aparentemente, visa um bem, como a pesquisa para a cura de doenças.

Além do início há também no crepúsculo da vida outra ameaça na forma de eutanásia que é o homicídio direto e deliberado de um ser humano, às vezes praticado por médicos. Há eutanásia neonatal e infantil, onde em alguns países da Europa é permitido deixar morrer recém-nascidos de até 24 semanas de gestação, mesmo que haja esperança de sobrevivência. Recém-nascidos com problemas graves de saúde ou com deficiências congênitas são eliminados assim.

A avaliação moral do aborto e da eutanásia é feita pelo Magistério eclesiástico e apoiada pela reflexão teológica. A doutrina da Igreja Católica sobre a moralidade do aborto e da eutanásia é clara e taxativa. Fundamenta-se na doutrina da Bíblia sobre a vida humana, na tradição cristã e também na própria razão. Pode-se formular nestes três pontos: (i) Todo ser humano – inclusive o bebê no seio materno – tem o direito à vida que lhe vem imediatamente de Deus, não dos pais nem de qualquer autoridade humana; (ii) Não existe pessoa nem autoridade humana com o título válido ou uma indicação suficiente –médica, eugenésica, social moral – para uma disposição deliberada sobre uma vida inocente; (iii) Apenas se justifica o chamado “aborto indireto”. Segundo o Catecismo da Igreja Católica “a vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção.

Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecido os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida. (CIC, 2270). A Sagrada Escritura não tem referências diretas e explícitas para o tema do aborto. Os textos às vezes citados, tanto do Antigo como do Novo Testamento (Ex 21, 22-23; Gl 5, 20; Ap 9, 21; 21, 8-22), não contém um ensino direto e claro sobre o aborto. Contudo, a Sagrada Escritura oferece uma cosmovisão decididamente em favor da vida. Tal cosmovisão pode ser aplicada coerentemente à realidade concreto do aborto (cf. Declaração sobre o aborto da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, No. 5, 1974). Portanto, para a Igreja Católica e a maioria das Igrejas Evangélicas a vida é sacrossanta e inviolável mesmo quando é a do embrião no ventre materno.

Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB, Reg. NE

1 Comentário »

1 Comentário »

  • fabiana disse:

    Sabe estou aprendendo a cada dia mais e isso tudo que acabei de ler concordo em tudo q li a vida humana é mais importante mas q pena q nem todos pense e agem assim.


Deixe seu Comentário

Nome (necessário)

E-mail (não será publicado) (necessário)

Website

Atualidades

Ordenação Presbiteral

Dom José Antonio inaugura Centro de Pastoral na Paróquia Jesus, Maria, José no Antônio Bezerra

Clero de Fortaleza realiza Semana de Formação online

Jubileu de 75 anos da Paróquia Jesus, Maria, José no bairro Antônio Bezerra, Fortaleza

Catedral Metropolitana de Fortaleza celebra 42 anos de inauguração

Programação das Missas de Natal e Ano Novo em algumas paróquias da Arquidiocese de Fortaleza

Paróquia São José realiza a Live Natal da Esperança

Santuário de Canindé divulga programação natalina

Pe. Ermanno Allegri: pastor missionário, celebra 50 anos de Ordenação Presbiteral

12ª Festa da Vida: cuidar e celebrar a vida: desafio e compromisso

Dom Rosalvo toma posse na Diocese de Itapipoca

Há 150 anos, Santa Luzia ilumina Baturité

Paroquianos de São Gonçalo celebram novenário ao Padroeiro

Membros da Pascom são apresentados solenemente na Matriz do Pirambu

Nota de repúdio da Pastoral Carcerária contra agressões sofridas durante manifestação do Dia da Consciência Negra

Na Solenidade de Cristo Rei: novos presbíteros para a Igreja do Senhor

Testemunhas da Eucaristia: tema da 82ª Semana Eucarística

Cordel celebrativo: 105 anos da Arquidiocese de Fortaleza

Horários de missas no Dia de Finados

Legado de Irmã Clemência é retratado em Seminário Internacional

Papa: a Igreja vira peça de museu se não evangelizar a si mesma

Exigências evangélicas de superação da miséria e da fome

Cripta da Paróquia dos Remédios, em Fortaleza, é restaurada com obras sacras e aberta ao público

Anunciação do Senhor

Os hinos eucarísticos de Santo Tomás de Aquino