
Cardeal Peter Turlson, que é Presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz no Vaticano apontou ainda que “o desarmamento nuclear é um problema global que requer uma resposta global”, e acrescentou “o diálogo é essencial, um diálogo que deve ser inclusivo, envolvendo Estados nucleares e não nucleares, a sociedade civil, organizações internacionais, governos e comunidades religiosas”. O Cardeal enfatizou que “a Igreja Católica está engajada em promover este diálogo em todos os níveis”.
Ao final do simpósio várias premissas preliminares foram adotadas. Entre os quais podemos citar: (a) O uso e posse de armes nucleares merecem uma condenação, pois são instrumentos e armas de guerra desproporcionais e indiscriminadas. Como foi dito a nós pelo Papa Francisco, “Se também levarmos em conta o risco de uma detonação acidental como resultado de qualquer tipo de erro, a ameaça de seu uso, bem como sua própria posse, deve ser firmemente condenada”. Da mesma maneira, estes testes nucleares são repreensíveis e contaminam a atmosfera e os oceanos e sua contaminação poderia constituir crimes contra a humanidade. (b) A dissuasão nuclear, porém, não aborda adequadamente os desafios da segurança em um mundo multipolar. Em março de 2017, o Santo Padre escreveu em uma mensagem: “Se levarmos em consideração as principais ameaças contra a paz e segurança em suas mais diversas dimensões neste mundo multipolar do século 21, como por exemplo, o terrorismo, conflitos assimétricos, cibersegurança, problemas com o meio ambiente, pobreza, não existem algumas dúvidas quanto à inadequação da dissuasão nuclear como resposta efetiva a tais desafios”. c) O Papa Francisco deixou bem claro: “Alcançar um mundo sem armas nucleares envolve um processo a longo prazo, com base na consciência de que ‘tudo está conectado’ na perspectiva de uma ecologia integral (ver Laudato Si, 117, 138), o destino comum da humanidade exige o fortalecimento pragmático do diálogo e a construção e consolidação de mecanismo de confiança e cooperação capazes de criar condições para um mundo sem armas nucleares”. As outras premissas preliminares adotadas ao final do simpósio podem ser encontradas nos documentos do Vaticano.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1.