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Arquidiocese de
Fortaleza

Igreja e sociedade em defesa da vida

Esse final de semana, da Arquidiocese de Fortaleza, foi marcado por dois grandes encontros. Igreja, sociedade e poder público unidos para refletirem e proporem ações para a erradicação do tráfico de pessoas e do trabalho escravo no Ceará.

Participantes do estudo sobre o Enfrentamento e Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos

Com a proposta de entender a dimensão atual do tráfico de pessoas no Ceará, a rede “Um Grito pela Vida”, realizou de 2 a 4 de setembro, na Casa da Ir. Iolanda (Henrique Jorge) o Curso de Formação de Multiplicadores para Prevenção e enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Estudantes de jornalismo, de serviço social e turismo, religiosas, agente de pastorais e o poder público participaram do evento. “Temos que fazer o invisível torna-se visível. As pessoas precisam entender a dimensão que é o tráfico de pessoas”, enfatiza a articulação da rede.

Para a representante do Núcleo de Enfrentamento e Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos e Assistência à Vítimas do Estado do Ceará, Andréia Costa o “turismo sexual é uma porta aberta para o tráfico de pessoas”. Esclarece que o tráfico de pessoas se configura desde pegar uma jovem do interior e colocá-la para realizar trabalhos domésticos na cidade, privando seus direitos e liberdade. “São exemplos como esse que demonstra que tráfico de pessoas está ligado ao trabalho escravo”, destaca.

Segundo a rede “Um Grito pela Vida”, as maiores vítimas do tráfico de pessoas são mulheres na prostituição, homossexuais e travesti. Isso porque a vítima não vê e não entende isso como crime. “Não tem como você saber quem está sendo vítima de tráfico de pessoas. É igual à violência doméstica. É silenciosa e carregada de preconceitos”, comenta Andréia Costa.

Em outro ponto da Arquidiocese, em Horizonte, um grupo articulado pela Pastoral do Migrante e a Comissão Pastoral da Terra do Regional Nordeste 1 da CNBB, se encontraram para refletirem sobre o que é trabalho escravo e partilharem sobre a realidade no Ceará. “Precisamos entender que trabalho escravo é aquele que priva a liberdade e coloca o trabalhador em situação degradante. Hoje ele está também nas cidades dentro das fábricas, na construção civil e no trabalho informal”, ressalta Thiago Valentim coordenador da CPT-Ne1.

Participantes do Seminário Mutirão Pastoral contra o Trabalho Escravo

O objetivo do Seminário Mutirão Pastoral contra o Trabalho Escravo é criar uma articulação do Mutirão no Regional Nordeste 1. “Precisamos dessa articulação aqui no Ceará. Pois, o trabalho escravo é uma realidade que atinge toda a sociedade. Precisamos de conscientização do quê é o trabalho escravo para poder denunciar”, enfatiza Thiago Valentim. Quem desejar realizar uma denúncia deve procurar a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) ou o Ministério Público do Trabalho (MPT).

SAIBA MAIS

A rede “Um Grito pela Vida” (desde março de 2006) é um espaço de articulação e ação solidária da vida Religiosa Consagrada no Brasil. É parte constitutiva da Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB). Seu objetivo é sensibilizar e socializar informações sobre o Tráfico de Pessoas; capacitar multiplicadores para ações educativas de prevenção e assistência e intensificar a luta por políticas públicas de enfrentamento desta realidade. O núcleo de Fortaleza se reuni toda primeira quinta-feira de cada mês, na sede da CRB (Rua Major Facundo, 1621 – Centro. Contato: (85) 3253.2170). Informações acesse: www.redeumgritopelavida.blogspot.com

O Mutirão Pastoral para Superação do Trabalho Escravo faz parte do GT (Grupo Temático) criado pela CNBB. É articulado pela CPT Nacional sob a coordenação do Padre Ari Antônio dos Reis. Este ano foi enviado para as Dioceses do Ceará um Kit informativo, composto por cartaz, cartilha e um DVD com três vídeos que exemplificam como acontece o trabalho escravo no Brasil. O Kit foi direcionado para os Bispos com o objetivo de se criarem atividades que venham a superar a realidade do trabalho escravo em suas dioceses.

FRASES

“O encontro vem trazer um despertar para o que é o tráfico. Tirar o conceito de que tráfico é só droga. Precisamos entender que existem outros tipos de tráficos, inclusive de pessoas. E isso é uma realidade. Por detrás de um convite de trabalho pode estar camuflado o tráfico de pessoas. Precisamos estar alerta e denunciar”.  (Vera Lúcia do Carmo – Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de Fortaleza).

“Antes o Brasil era exportador de tráfico de pessoas. Hoje ele já recebe”. (rede Um grito pela Vida).

“A prevenção é sim a ação mais importante. Precisamos de multiplicadores para estarem na ponta da sociedade, alertando, educando e denunciando”. (Andréia Costa – TSH – CE).

“Um curso como esse, mostra para a sociedade que existe um trabalho possível, e que ela pode participar”. (rede Um grito pela Vida).

“O trabalho escravo está dentro do tráfico de pessoas. A partir do tráfico de pessoas, o indivíduo (pessoa) é colocado como trabalhador em situação de escravidão”. (Thiago Valentim coordenador da CPT – Ne1).

“Os casos registrados de trabalho escravo no Ceará são poucos, comparados com outros Estados. Porém, isso não significa que não existam outras situações do trabalho escravo no Ceará. O fato é que não há denúncia”. (Thiago Valentim coordenador da CPT-Ne1).

SERVIÇO

Denuncie!
Ligue 100 ou 180

Mobilização pelo Dia Internacional contra Exploração Sexual e Tráfico de Mulheres e Crianças
19 a 23 de setembro – Informações (85) 3454. 2199 [email protected] (Núcleo de Enfrentamento e Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos e Assistência à Vítimas do Estado do Ceará)

Até dia 15 de setembro, votação online das propostas para o II Plano Nacional ao Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Acesse www.mj.gov.br e o link Tráfico de Pessoas. Todos podem e devem participar!

Por:  Alessandra Silva

3 respostas

  1. Quero parabenizar por este encontro em que a Igreja e soceidade em defesa da vida.
    procuram juntos discernir como ajudar a nossa sociedade, a encontrar caminhos sempre novos para viver melhor o seguimento de Jesus Cristo.

  2. Muito bom o seu comentário, padre Robério, bom mesmo. Vejo que ainda somos capazes de entender que é necessário o cuidado com as situações alarmantes de nossa sociedade. Assim podemos vivencia uma profunda experiência de Deus.

  3. TRÁFICO DE PESSOAS PARA:

    VENDA DE ORGÃO
    TRABALHO ESCRAVO
    PROSTITUIÇÃO

    Esse mundo é desde antes bipolar. A beleza do desconhecido atrai e assusta, porque é abrigo do paraíso e da morte em seus vários aspectos assim subtendido. Na fragilidade do seu estado social e econômico vulnerável, os jovens são facilmente "ALICIADOS" indo atrás de "PROMESAS ARAPUCAS"; armadilhas de predadores que o enganam, arrematam, escravizam, estilhaçam-nos, destroem.
    QUE O SONHO DO SER HUMANO NÃO TENHA A ESTE O PREÇO DE SUA PRÓPRIA VIDA (…)

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