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Comunidades virtuais: espaço de encontro entre identidades

Pe. Antonio Julio Ferreira de Souza, C.Ss.R.

Interesses compartilhados, intimidade, relações duradouras são algumas das características de uma comunidade mediada, que precisa de motivação para superar a ausência de contato corporal e a distância geográfica. Se características como essas não existem nos ciberespaços, então estamos diante de uma simples agregação eletrônica.

Um uso inadequado das novas mídias pode, ao invés de favorecer a comunicação, contribuir para desviá-la do seu percurso, retirando do ser humano o chão da realidade. No ciberespaço a pessoa pode se apresentar como ela desejar, reinventar-se. Para Martino (2010) “é possível ser qualquer um, inventar-se o quanto quiser e, nessa criação de personas, definir uma imagem voltada para o outro, um público”.

Segundo Lemos e Lévy (2010) “não se pode generalizar para toda forma socialmente agregadora da internet o rótulo de comunitária”. Para ser comunitária, o propósito de completude deve estar presente, bem como o pertencimento simbólico. Estamos em redor de que? Qual o nosso objeto comum? Quais os nossos interesses?

Para Martino (2010) “a internet permitiu uma aproximação sem precedentes entre indivíduos com interesses e idéias semelhantes”. E o mais importante em tudo isso, diz ele, é que “não somos mais espectadores diante de uma tela”. Há na rede espaço para que as identidades possam debater e trocar idéias, movimentando-se livremente. A circulação de informações disponibilizadas na rede pela comunidade contribui na construção de um conhecimento comum.

Essa rede de troca e de colaboração é descentralizada, deixando para traz uma comunicação linear, onde se tinha um centro emissor e uma multiplicidade de receptores. Essa nova esfera pública, segundo Lemos e Lévy (2010), funciona de muitos para muitos em um espaço descentralizado. Ainda na opinião de Lemos e Lévy “as mídias interativas, as comunidades virtuais e a explosão da liberdade de expressão trazida pela Internet abrem um novo espaço de comunicação […]”.

Por isso é importante compreender que o simples fato de termos diante de nós as mídias mais potentes e sofisticadas não nos garante que estamos nos comunicando. A comunicação só acontece de fato quando somos capazes de fazer uma apropriação sábia, prudente crítica e adequada dos meios, potencializando e subsidiando a todos que interagem na rede.

Na concepção de Martino (2010) “o conhecimento transformado em relações de comunicação parece ser o início e o fim do longo trabalho de construção da identidade. Daí que as relações de identidade estão ligadas ao estudo da comunicação”.

Por: Pe. Antonio Julio Ferreira de Souza, C.Ss.R.

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