"Em Jesus Ressuscitado que temos a vida e "a vida em plenitude"", salienta, Dom José em editorial - Arquidiocese de Fortaleza
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“Em Jesus Ressuscitado que temos a vida e “a vida em plenitude””, salienta, Dom José em editorial

Vivemos as graças e alegrias da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.  O que isto significa? A realidade mais profunda de nossa fé. É em Jesus Ressuscitado que temos a vida e “a vida em plenitude”. E recebemos dele, não a preço de ouro ou de prata, mas de seu próprio sangue, a salvação que é participação na vida divina.

Feitos “participantes da natureza divina” em Jesus, trazemos em nós o Seu Mistério de Vida. “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim “, dizia o Apóstolo São Paulo. O que somos, cristãos? Sejamos o que somos!

Misteriosamente a pessoa humana é o único ser que pode não ser aquilo que é. Este é o “Mistério da Iniquidade”. Dele nos liberta Jesus com sua Páscoa. Ele nos faz em si mesmo: ser o que somos!  O que nos faz Deus por sua graça.

Diante deste dom é que celebramos a Semana Maior da Paixão, Morte, Sepultura e Ressurreição do Senhor. E agora se prolonga a celebração da Festa Pascal por cinquenta dias, como um só dia. Assim nos recorda a Liturgia da Igreja, com sua linguagem própria, que estamos vivendo o Tempo Definitivo desta Páscoa do Senhor.  Desta realidade somos feitos participantes.

“Como em Sexta-feira e Sábado Santo, a Igreja não cessa de contemplar este rosto ensanguentado, no qual se esconde a vida de Deus e se oferece a salvação do mundo. Mas a sua contemplação do rosto de Cristo não pode deter-se na imagem do Crucificado. Ele é o Ressuscitado! Se assim não fosse, seria vã a nossa pregação e a nossa fé (cf. 1 Cor 15,14). A ressurreição foi a resposta do Pai à sua obediência, como recorda a Carta aos Hebreus: «Quando vivia na carne, [Cristo] ofereceu, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas Àquele que O podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade. Apesar de Filho de Deus, aprendeu a obedecer, sofrendo, e, uma vez atingida a perfeição, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem fonte de salvação eterna» (5,7-9).” (Carta Novo Millennio Ineunte – São João Paulo II)

Passados dois mil anos destes acontecimentos, a Igreja os revive como se tivessem sucedido hoje. … Ele «é o mesmo ontem, hoje e sempre» (Heb 13,8)” (NMI 28).

O que nos quer dizer tudo isso? Nossa vida de Igreja, nossa pastoral, nossa pregação de Evangelho, nossa celebração de sacramentos, nossas atividades no meio do mundo, serão verdadeiras se, carregando e alimentando em nós esta vida divina, ela se expressar em tudo o que fizermos.

Ser Igreja não é apenas executar atividades programadas, mas é acima de tudo testemunhar o Senhor Vivo em nós, em nosso amor mútuo – seu Mandamento é distintivo dos discípulos. Somos o “Corpo Místico de Cristo”, Ele vive em nós e age em nós.

Com quanta dignidade somos chamados a viver nossa vida pessoal e eclesial! Com quanta coerência devemos expressar nossos compromissos na transformação do mundo, amado por Deus ao ponto de pagar por ele com Seu próprio Filho Unigênito! Com quanto respeito e delicadeza devemos tratar as coisas divinas e humanas – todas elas fazem parte da realidade que é Cristo!

Ainda Papa Francisco conclue uma sua reflexão sobre a vivência da morte e ressurreição com Cristo: “O Evangelho…, imediatamente depois da morte de Jesus, mostra-nos o ícone mais belo da surpresa. É a cena do centurião, que, «ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”» (Mc 15, 39). Deixou-se surpreender pelo amor. De que maneira vira Jesus morrer? Viu-o morrer amando, e isto maravilhou-o. Sofria, estava exausto, mas continuava a amar. Eis aqui a surpresa diante de Deus, que sabe encher de amor o próprio morrer. Neste amor gratuito e inaudito, o centurião, um pagão, encontra Deus. Verdadeiramente era Filho de Deus! A sua frase chancela a Paixão. Muitos antes dele no Evangelho, admirando Jesus pelos seus milagres e prodígios, reconheceram-no como Filho de Deus, mas o próprio Cristo mandava-os calar, porque havia o risco de se deterem na admiração mundana, na ideia dum Deus que se devia adorar e temer enquanto poderoso e terrível. Agora já não há tal risco; ao pé da cruz, já não é possível equivocar-se: Deus revelou-se e reina só com a força desarmada e desarmante do amor… Deixemos que nos impregne este assombro, olhemos para o Crucificado e digamos também nós: «Vós sois verdadeiramente Filho de Deus. Vós sois o meu Deus».”

E a todos os votos de Santa e Feliz Páscoa no Senhor Ressuscitado. Ele é a nossa Vida e a nossa Salvação, nossa Luz e Esperança de ressurreição. Nele somos salvos e libertos. Com Ele, o Amor tudo venceu, vence e vencerá.

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

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