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Editorial: “Duas Cartas do Papa Francisco”

Dom José Antonio

O final do mês de setembro e a entrada no mês de outubro foram marcados pela assinatura e encaminhamento a toda a Igreja, mas também à própria humanidade, duas cartas do Santo Padre o Papa Francisco.

No dia 30 de setembro, festejando São Jerônimo, o grande doutor da Bíblia, seu tradutor das línguas originais e seu comentador, com a Carta Apostólica Scripturæ Sacræ Affectus – O amor à Sagrada Escritura – no XVI Centenário da Morte de São Jerônimo.

No dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, a Carta Fratelli Tutti – Todos irmãos – iniciando com as palavras e o espírito do “Pobrezinho de Assis”.

Naquela carta, o testemunho de amor de São Jerônimo pela Palavra de Deus revelada em Seu Povo na Antiga Aliança, o Amor libertador e misericordioso de Deus que vem ao encontro das buscas da humanidade plenamente em Jesus Cristo.

Este período de pandemia que vivemos tem sido, não só cheio de dores e perplexidades, mas também de grandes luzes para toda a humanidade.

Estas duas Cartas Apostólicas ressaltam a pessoa de Jesus Cristo, o Redentor do gênero humano, manifestação do infinito Amor de Deus para com Sua Criatura Humana e as luzes para o destino da humanidade nos projetos amorosos do Criador.

Estas luzes brilham em meio às trevas em que está envolta toda a Terra com suas dores e contradições.

A ação do Criador exprime-se em suas criaturas quando encontram na Palavra Revelada o significado mais profundo da Criação e da Vida. Ela indica a origem, a realidade fundamental e o destino último da humanidade no conjunto de todo o universo. A identidade irrenunciável do homem: TODOS IRMÃOS, FILHOS DO MESMO PAI EM CRISTO, JÁ E PARA SEMPRE HABITANDO NA CASA COMUM, na História que transcorre e na Eternidade para onde tudo se caminha.

Os desafios dos acontecimentos da vida despertam e orientam para a tarefa vital comum: a construção em meio ao que passa para o definitivo que não passa. Torna-se urgente a corresponsabilidade de todos na promoção do bem comum, na vida para todos, na direção dos esforços, na dedicação recíproca, na atenção pelos mais fragilizados e carentes, na solidariedade e amizade social, no inteligente e livre uso dos meios para a realização que a ninguém pode excluir, nos cuidados com a criação, com a Casa Comum, com o Futuro Comum.

Afinal torna-se cada vez mais claro e urgente: “O que é bom para todos é o bom para cada um.” Não é possível ser bem para alguém o que também não o for para todos. Esta é a realidade que harmoniza o individual e o coletivo, a pessoa e a sociedade, a sociedade humana e os bens da criação. A necessária vitória sobre a chamada cultura do descartável, que amontoa lixo de coisas e pessoas! – A vitória da civilização do amor sobre a civilização da morte. A vitória da Vida.

A Palavra de Deus é Palavra da Vida e leva à Vida.

Esta é a maior verdade nela contida: um só Deus e Pai de todos, Todos Irmãos.

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

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