Editorial de Dom José Antonio: "Renova-se a vida em Cristo Ressuscitado" - Arquidiocese de Fortaleza
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Editorial de Dom José Antonio: “Renova-se a vida em Cristo Ressuscitado”

Estamos às portas da Semana Santa e da celebração da Páscoa da Ressurreição.

Este é o ponto alto da celebração da vida da Igreja, de todos os cristãos. No mistério da morte, sepultura e ressurreição de Jesus, o Cristo, está a nossa redenção do pecado e da morte, e nossa vida em Deus, vida para a eternidade.

Todos os anos, no tempo em que se comemoram os acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Cristo, renovamos nossa fé: a que recebemos da misericórdia divina que nos agracia com a nova vida. Por isso, é tempo em que são iniciados na vida cristã os que se aproximam do Batismo, da Unção do Espírito Santo (Crisma) e da plena Comunhão de todos no Corpo do Senhor (Eucaristia).

Na Semana Santa a Igreja celebra os mistérios da salvação, levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias de sua vida, a começar pelo seu ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo quaresmal continua até a Quinta-feira Santa. A partir da Missa vespertina “In Cœna Domini” inicia o Tríduo Pascal, que abrange a Sexta-feira Santa ” da Paixão do Senhor ” e o Sábado Santo , e tem o seu centro na Vigília Pascal, concluindo-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.

A Semana Santa tem início no Domingo de Ramos “da Paixão do Senhor”, que une num todo o triunfo real de Cristo e o anúncio da Paixão. Na celebração e na catequese deste dia são postos em evidência estes dois aspectos do Mistério Pascal. Desde a antiguidade se comemora a entrada do Senhor em Jerusalém com a procissão solene, com a qual os cristãos celebram este evento, imitando as aclamações e os gestos das crianças hebreias, que foram ao encontro do Senhor com o canto do “Hosana”.

A Missa do Crisma – assim chamada, pois nela o Bispo, concelebrando com o seu presbitério, consagra o Santo Crisma e benze os outros óleos, é uma manifestação da comunhão dos presbíteros com o próprio Bispo, no único e mesmo sacerdócio e ministério de Cristo.  O presbíteros (padres) concelebram com o Bispo, como testemunhas e cooperadores seus na consagração do óleo do Crisma, visto que são seus cooperadores e conselheiros no ministério quotidiano. Os fiéis das diversas comunidades da Igreja são convidados a participar nesta Missa e a receber o Sacramento da Eucaristia durante a sua celebração – é a Missa que quer exprimir toda a Unidade da Igreja em Cristo.

Segundo a Tradição, a Missa do (óleo) para Crisma é celebrada na Quinta-feira da Semana Santa de manhã. Com efeito, o novo Óleo para Crisma e o novo Óleo dos Catecúmenos devem ser usados na noite da Vigília Pascal, para a celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã.

A Igreja celebra todos os anos os grandes mistérios da redenção humana, desde a Missa Vespertina na Quinta-feira “In Cœna Domini” até as vésperas do Domingo da Ressurreição. Este espaço de tempo é justamente chamado o “Tríduo do Crucificado, do Sepultado e do Ressuscitado” e também Tríduo Pascal, porque com a sua celebração se torna presente e se cumpre o Mistério da Páscoa, isto é, a Passagem do Senhor deste mundo ao Pai. Com a celebração deste Mistério a Igreja, por meio dos sinais litúrgicos e sacramentais, associa-se em íntima comunhão com Cristo, seu Esposo.

Com a Missa celebrada nas horas vespertinas da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao Tríduo Pascal e recorda aquela Última Ceia em que o Senhor Jesus, na noite em que ia ser traído, tendo amado até ao extremo os seus que estavam no mundo, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho e deu-os aos Apóstolos como alimento, e ordenou-lhes, a eles e aos seus sucessores no sacerdócio, que fizessem a mesma oferta. Nesta Missa da Ceia do Senhor, recordam-se: o lava-pés, o mandamento do amor, a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial apostólico. Jesus entra em sua Paixão de Amor pela salvação do mundo. Inicia-se a Sexta-feira da Paixão.

Neste dia, em que “Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado“, a Igreja, com a meditação da Paixão do seu Senhor e Esposo e adorando a cruz, comemora o seu nascimento do lado de Cristo que repousa na cruz, e intercede pela salvação do mundo todo.

A Igreja, segundo uma antiquíssima tradição, neste dia não celebra a Eucaristia; a Sagrada Comunhão é distribuída aos fiéis só durante a Celebração da Paixão do Senhor; aos doentes, impossibilitados de participar nesta celebração, pode-se levar a comunhão a qualquer hora do dia. A Sexta-feira da Paixão do Senhor é dia de penitência obrigatória para a Igreja toda, a ser observada com abstinência e o jejum. Participa-se dos sentimentos e vida de Cristo em seu dom de Amor pela humanidade.

Após seus sofrimentos e morte, Jesus é colocado no sepulcro. Inicia-se o Sábado Santo.

Durante o Sábado Santo a Igreja permanece junto do sepulcro do Senhor, meditando a sua Paixão e Morte, a sua Descida aos Infernos, e esperando na oração e no jejum a sua Ressurreição.  A sepultura de Jesus é acompanhada com silêncio e oração. A Igreja acompanha em seus sentimentos e fé a atitude de Maria, Mãe de Jesus, Senhora Compassiva na Paixão do Senhor, à espera que se cumpra Sua promessa de Ressurreição.

Ao anoitecer entra-se no Domingo da Ressurreição. Segundo uma antiquíssima tradição, esta noite é “em honra do Senhor“, e a Vigília que nela se celebra, comemorando a noite santa em que o Senhor ressuscitou, deve ser considerada como “mãe de todas as vigílias“. Nesta vigília, de fato, a Igreja permanece à espera da Ressurreição do Senhor e celebra–a com os sacramentos da Iniciação Cristã.

Desde o início a Igreja tem celebrado a Páscoa anual, solenidade das solenidades, com uma vigília noturna. Com efeito, a Ressurreição de Cristo é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança, e por meio do Batismo e da Confirmação fomos inseridos no Mistério Pascal de Cristo: mortos, sepultados e ressuscitados com Ele, com Ele também havemos de reinar. Esta vigília é também espera da segunda vinda do Senhor.

O Mistério Pascal de Jesus, o Cristo Senhor, manifesta-se na vida dos cristãos em sua identificação com Ele na morte para o pecado e na vida nova no amor gratuito e universal. É a vida do próprio Deus comunicada aos homens no Espírito Santo doado. Assim a Páscoa se prolonga por todo o Primeiro Dia da Semana – o Domingo – “Dominica dies – Dia do Senhor; e a cada semana no seu primeiro dia – Domingo da Ressurreição do Senhor.

Pelos caminhos da história se vai ao Domingo último e definitivo que congregará em Cristo toda a criação para a vida no eterno louvor de Deus.

Aos queridos irmãos e irmãs, Santa Semana Maior da Paixão, Feliz Páscoa do Senhor Ressuscitado.

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques, Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

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