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Campanha para Evangelização 2023, é tema do editoral de dom José Antonio

“A Campanha da Evangelização foi criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1998 e busca mobilizar os católicos para assumir a corresponsabilidade da sustentação das atividades evangelizadoras da Igreja. Um dos pontos altos da iniciativa é a coleta realizada em todas as comunidades, no 3º domingo do Advento, este ano dia 17 de dezembro, inclusive nas missas vespertinas.

A Campanha para a Evangelização deste ano quer ser uma ponte a nos conduzir da Campanha da Fraternidade 2023, sobre a fome, à Campanha da Fraternidade 2024, sobre “Fraternidade e amizade social”, passando pelo Mistério da Encarnação. Por isso, o tema escolhido é: “Em Belém, casa do pão, Deus nos faz irmãos”. Ele foi inspirado na canção do frei Fabretti e do José Thomaz Filho, que diz: “Deus nos espera em Belém. Sabe da fome que temos. Vamos à casa do pão. Lá nosso irmão nós veremos”, e quer nos conduzir da “casa do pão”, Belém, lugar onde, com o Mistério da Encarnação, nasce todo o nosso compromisso de superação da fome uns dos outros, até à amizade social, outro nome da fraternidade nascida na pessoa do Verbo Encarnado que, em Belém, se fez nosso irmão e nós o pudemos ver “envolto em faixas” (Lc 2,12), deitado sobre as palhas, colocado entre o boi e o burro. 

Neste ano em que comemoramos os 800 anos do presépio, criado por São Francisco de Assis, em Gréccio, na Itália, no natal de 1223, queremos contemplar este “Sinal Admirável” e mais uma vez tomar consciência de que “somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fi m de Se encontrar com todo o homem, e a descobrir que nos ama tanto, que Se uniu a nós para podermos, também nós, unir-nos a Ele” (Francisco, Admirabile Signum, n. 1).

Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco, assim descreve aquele Natal: “Havia naquela terra um homem de nome João, de boa fama, mas de vida melhor, a quem o bem-aventurado Francisco amava com especial afeição, porque, como fosse muito nobre e louvável em sua terra, tendo desprezado a nobreza da carne, seguiu a nobreza do espírito. E o bem-aventurado Francisco, como muitas vezes acontecia, quase quinze dias antes do Natal do Senhor, mandou que ele fosse chamado e disse-lhe: ‘Se desejas que celebremos, em Greccio, a presente festividade do Senhor, apressa-te e prepara diligentemente as coisas que te digo. Pois quero celebrar a memória daquele Menino que nasceu em Belém e ver de algum modo, com os olhos corporais, os apuros e necessidades da infância dele, como foi reclinado no presépio e como, estando presentes o boi e o burro, foi colocado sobre o feno’. O bom e fiel homem, ouvindo isto, correu mais apressadamente e preparou no predito lugar tudo o que o santo dissera. E aproximou-se o dia da alegria, chegou o tempo da exultação. Os irmãos foram chamados de muitos lugares; homens e mulheres daquela terra, com ânimos exultantes, preparam, segundo suas possibilidades, velas e tochas para iluminar a noite que com o astro cintilante iluminou todos os dias e anos. Veio fi nalmente o santo de Deus e, encontrando tudo preparado,  viu e alegrou-se. E, de fato, prepara-se o presépio, traz-se o feno, são conduzidos o boi e o burro. Ali se honra a simplicidade, se exalta a pobreza, se elogia a humildade; e de Gréccio se fez com que uma nova Belém. Ilumina-se a noite como o dia e torna-se deliciosa para os homens e animais. As pessoas chegam ao novo mistério e alegram-se com novas alegrias. O bosque faz ressoar as vozes, e as rochas respondem aos que se rejubilam. Os irmãos cantam, rendendo os devidos louvores ao Senhor, e toda a noite dança de júbilo. O santo de Deus está de pé diante do presépio, cheio de suspiros, contrito de piedade e transbordante de admirável alegria” (1Cel 84-85).

Imbuídos desta data, queremos aproveitar este momento para motivar todas as nossas famílias a montar o seu presépio. Diz o Papa Francisco: “quero apoiar a tradição bonita das nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças… Trata-se verdadeiramente dum exercício de imaginação criativa, que recorre aos mais variados materiais para produzir, em miniatura, obras-primas de beleza. Aprende-se em criança, quando o pai e a mãe, juntamente com os avós, transmitem este gracioso costume, que encerra uma rica espiritualidade popular. Almejo que esta prática nunca desapareça; mais, espero que a mesma, onde porventura tenha caído em desuso, se possa redescobrir e revitalizar” (Francisco, Admirabile Signum, n. 1). “Em Gréccio, naquela ocasião, não havia figuras; o Presépio foi formado e vivido pelos que estavam presentes. Assim nasce a nossa tradição: todos à volta da gruta e repletos de alegria, sem qualquer distância entre o acontecimento que se realiza e as pessoas que participam no mistério” (Idem, n. 2).”

Este texto é tirado do “Texto Base da Campanha da Evangelização 2023 – CNBB”. Que a celebração cristã do Natal do Senhor seja testemunho coletivo da comunidade eclesial. ELE VEIO AO NOSSO ENCONTRO.  ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS ATÉ A CONSUMAÇÃO DOS TEMPOS.

 + José Antonio Aparecido Tosi Marques
Administrador Apostólico de Fortaleza

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