O Papa nomeia Iannone novo prefeito do Dicastério para os Bispos

O arcebispo Filippo Iannone, novo prefeito do Dicastério para os Bispos- foto: divulgação

Primeira nomeação de um chefe de Dicastério por Leão XIV, que confia ao atual prefeito do Dicastério para os Textos Legislativos o órgão curial por ele mesmo conduzido de janeiro de 2023 a maio de 2025. O arcebispo, carmelita, assumirá o cargo em 15 de outubro. Confirmados por um quinquênio Montanari como secretário e Kovač como subsecretário

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Era a nomeação que muitos esperavam que fosse feita entre as primeiras, como aconteceu com o Papa Bento XVI e seu sucessor na Doutrina da Fé, William Joseph Levada. Ou seja, a nomeação do “sucessor” à frente do Dicastério para os Bispos, o órgão da Cúria que ele mesmo dirigiu desde janeiro de 2023, por vontade de Francisco, que o transferiu do Peru para Roma, até maio de 2025. Isto é, até sua eleição para a Cátedra de Pedro. O Papa Leão XIV nomeou esta sexta-feira, 26 de setembro, o arcebispo Filippo Iannone, até agora prefeito do Dicastério para os Textos Legislativos, como prefeito do Dicastério para os Bispos, função que inclui também a presidência da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Secretário e subsecretário confirmados

A notícia foi divulgada no boletim das 12 horas da Sala de Imprensa da Santa Sé, no qual se lê que Iannone assumirá o cargo no próximo dia 15 de outubro de 2025. Ao mesmo tempo, o Papa confirmou como secretário do mesmo Dicastério dom Ilson de Jesus Montanari ad aliud quinquennium, por mais um quinquênio, uma vez que o prelado brasileiro já cumpriu um duplo mandato no mesmo cargo. O Papa confirmou ainda ad quinquennium como subsecretário monsenhor Ivan Kovač.

A nomeação de dom Iannone é a primeira do Pontífice agostiniano para um cargo de chefe de Dicastério. Antes desta sexta-feira, a única escolha para um cargo de chefia em um órgão da Cúria Romana tinha sido a de 22 de maio – poucos dias após a eleição – da religiosa do Instituto das Irmãs Franciscanas dos Pobres, irmã Tiziana Merletti, como secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades Apostólicas.

Jurista e canonista

Com 68 anos no próximo dia 13 de dezembro, o arcebispo Iannone, natural de Nápoles, carmelita, jurista e canonista, tem uma longa experiência em tribunais, universidades pontifícias e arquidioceses, ocupou vários cargos em Roma como membro do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica, consultor da então Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, membro do Conselho para os Assuntos Jurídicos da CEI, presidente do Comitê para a Construção de Templos e membro da Conferência Episcopal do Lácio. Em 2012, recebeu o cargo de vice-gerente da Diocese de Roma, por nomeação de Bento XVI; outro Papa, Francisco, quis transferi-lo em 2017 deste serviço pastoral para o de secretário adjunto do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, tornando-se presidente do mesmo no ano seguinte, em 7 de abril de 2018.

A tarefa de escolher os bispos do mundo

Agora, cabe a ele dar continuidade ao trabalho que Prevost realizou durante dois anos. A tarefa do prefeito dos Bispos é delicada: ajudar o Pontífice a escolher os pastores a quem confiar as comunidades eclesiais nos territórios sob sua jurisdição. E depois de identificar os sacerdotes a serem propostos para o episcopado, a decisão final cabe ao Papa. Para auxiliar nessa missão, o Papa Francisco nomeou, em julho de 2022, três mulheres como membros do Dicastério para os Bispos: a irmã Raffaella Petrini, atual presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Yvonne Reungoat, ex-superiora geral das Filhas de Maria Auxiliadora, e Maria Lia Zervino, ex-presidente da União Mundial das Organizações Femininas Católicas (Umofc).

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