Documento de Trabalho do Sínodo da Amazônia - Arquidiocese de Fortaleza
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Documento de Trabalho do Sínodo da Amazônia

Brendan Coleman Mc Donald
Brendan Coleman Mc Donald

O mundo amazônico pede à Igreja que seja sua aliada: esta é a alma do Documento  de Trabalho (Instrumentum Laboris) publicado no dia 17 de junho, próximo passado, pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e apresentado à imprensa. O Documento é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado no Peru em janeiro de 2018, prosseguiu com a consulta ao Povo de Deus em toda a região Amazônica por todo o ano e se concluiu com a II Reunião do Conselho Pré- Sinodal, em maio passado. O Sínodo Especial da Amazônia será realizado em Roma de 6 a 27 de outubro de 2019.

A primeira parte do documento, “A voz da Amazônia”, apresenta a realidade desse vasto território e de seus povos.  “Começa pela vida e sua relação com a água e os grandes rios, que fluem como veias da flora e fauna do território, como manancial de seus povos, de suas culturas e de suas expressões espirituais, alimentando a natureza, a vida e as culturas das comunidades indígenas, camponesas, afrodescendentes, ribeirinhas e urbanas”. Segundo as comunidades participantes desta escuta sinodal, a ameaça à vida deriva de interesses econômicos e políticos dos setores dominantes da sociedade atual de maneira especial de empresas extrativistas.

Na segunda parte, o Documento “examina e oferece sugestões às questões relativas à ecologia integral. Hoje a Amazônia constitui uma formosura ferida e deformada, um lugar de dor e violência, como  indicam de maneira eloquente os relatórios das Igrejas locais recebidos pela Secretaria Geral do Sínodo. Reinam a violência, o caos e a corrupção”. “O território se transformou em um espaço de desencontros e de extermínio de povos, culturas e gerações”.

Na terceira parte do “ Instrumentum Laboris”, reflete-se sobre os desafios e esperanças da região e incentiva a Igreja a ter um papel “profético na Amazônia”, apresentando “ a problemática eclesiológica e pastoral” da região. É interessante ouvir as opiniões de alguns bispos que integram o Conselho Permanente no Brasil. Dom Scherer de São Paulo: “O documento não é documento conclusivo, o que só é publicado como documento oficial após a Assembleia e ser transformado numa Exortação Apostólica do Papa Francisco”. Dom Mário Antônio, Vice-Presidente da CNBB e Bispo de Roraima destacou “a beleza do processo de escutas sinodais realizada em toda a região Amazônica que integra um conjunto de nove países”. Dom Caniso Klaus, presidente do regional Oeste 2 disse: “Eu mesmo me sentei com eles, os indígenas, as comunidades, eu participei. O Documento são palavras deles, não nossas”, frisou. Para ele, é preciso, a partir de agora, compromisso com o que veio das escutas. O  Papa nos pediu para escutar e sermos fiéis à essas escutas”, destacou. O Cardeal Claudio Hummes, Arcebispo emérito de São Paulo reconhece que há resistência ao Sínodo da Amazônia “dentro e fora da Igreja”, e disse: “A Igreja não quer promover na Amazônia uma nova nação”.

O Documento quer ver uma Igreja profética na Amazônia enfrentando os desafios e esperanças. Ele fala da falta de sacerdotes e as dificuldades que as comunidades têm de celebrar com frequência a Eucaristia. Por isso, pede-se que, em vez de deixar as comunidades sem a Eucaristia, se alterem os critérios para selecionar os ministros autorizados para celebrá-la. Afirmando que “o celibato é uma dádiva para a Igreja”, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã.  

É pedido que se identificasse o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que hoje ela desempenha na Igreja amazônica. Propõe-se também que às mulheres seja garantida sua liderança na área de formação: teologia, catequese, liturgia e escolas de fé e de política. Finalmente propõe-se promover uma vida consagrada alternativa e profética, Intercongregacional e interinstitucional.

Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

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