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Batismo do Senhor

padre brendan
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“Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3, 16).

No domingo, dia 12 de janeiro de 2020, depois da Solenidade da Epifania, celebramos a Festa do Batismo de Jesus, que conclui o tempo litúrgico do Natal. O batismo de Jesus por João Batista no Rio Jordão é tão importante teologicamente que é tratado por cada um dos Sinóticos. Neste evento Jesus mostra-se solidária a toda humanidade que peregrina necessitada do amor misericordioso de Deus. Antes da chegada de Jesus, João já o anunciava: “Depois de mim, vai chegar um mais forte do que eu. E eu não sou digno sequer de me abaixar para desamarrar as suas sandálias”. Era uma atitude própria dos servos que São João não se julga digno de prestar a Jesus. Podemos então imaginar a surpresa de João ao ver seu primo Jesus, um homem de aproximadamente 30 anos naquele tempo, descer das águas para receber o batismo. O Batista batizava com água, mas o Messias batizará com o Espírito Santo.

Continuando, o evangelho nos narra outra epifania, outra manifestação de Deus Trindade. O batismo do Senhor é realmente uma teofania, uma manifestação clara de Deus Trindade. “Logo que Jesus saiu da água, viu o céu se rasgando, e o Espírito, como pomba, desceu sobre Ele. E do céu veio uma voz: “Tu és meu Filho amado, em ti encontro meu agrado”. Com esta confirmação amorosa do pai, Jesus inicia uma nova etapa de sua vida: a missionária. O batismo de Jesus no rio Jordão nos revela a identidade de Jesus, filho de Maria: Ele é o Filho de Deus, o Messias, esperado para “anunciar a Boa Notícia aos pobres, enviado para proclamar a libertação dos presos, e dos cegos a recuperação da vista, para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18-19).

Nesta festa, somos convidados a celebrar e renovar nosso batismo, no qual cada um de nós recebeu a identidade de filhos/as adotivos/as de Deus e por isso também uma obrigação de serem missionários/as. Sim, o batismo nos gera como filhos/as e nos consagra na mesma missão de nosso irmão maior Jesus Cristo. Também nós somos ungidos pelo Espírito Santo para que todos nós tenhamos vida, e vida em abundância, como afirma a Conferência de Aparecida. Mas para isso precisamos como Jesus “descer o rio Jordão” e tomar contato com as necessidades de nosso povo, solidarizando com seu sofrimento e escutando seus clamores para libertação.

O batismo de Jesus, na humildade do rio Jordão e na solenidade da teofania que se segue, torna-se o prelúdio de todo batismo cristão. Incorporando-nos a Cristo e tornando-nos realmente filhos de Deus, o batismo acarreta-nos compromissos sérios no que se refere à educação da fé ou catequese. O batismo é muito mais que um rito de iniciação. É uma experiência que nos faz semelhante a Jesus e que nos revela o sentido da vida, a vocação à qual fomos chamados. Desta maneira quando quebramos nosso individualismo, e estivermos no meio do povo, sensíveis à realidade dos outros, dirijamos nosso olhar a Jesus, e peçamos seu Espírito para abrirmos novos caminhos de paz, justiça e fraternidade, então escutaremos a voz de Deus, como no batismo de Jesus dizendo: “Tu es meu filho muito amado, em quem encontro meu agrado”.

Pe. Brendan Coleman Mc Donald,
Redentorista

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