“Um espaço de comunhão, escuta e discernimento da Arquidiocese de Fortaleza, inspirado no Concílio de Jerusalém, iluminado pela Igreja Sinodal e pelo Jubileu da Esperança.”
Recordar para avançar: em 2019, o Seminário do VER (foto) preparava a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. Agora, seguimos rumo à XXV Assembleia de 2025, fortalecendo a comunhão e a missão da nossa Igreja em Fortaleza.
Na semana passada, iniciamos a série de artigos sobre a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. Abordamos o tema “Rumo à XXV Assembleia Arquidiocesana de Pastoral: Igreja em Fortaleza se organiza para novembro de 2025”. Hoje, daremos continuidade com o artigo: “Assembleia Arquidiocesana de Pastoral: caminho sinodal e jubileu da esperança”.
A Assembleia Arquidiocesana de Pastoral é um dos momentos mais importantes da vida da Igreja local. Inspirada pelo modelo das primeiras comunidades cristãs narrado no capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos, ela reúne o Arcebispo, padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas representantes das regiões episcopais e dos serviços arquidiocesanos, constituindo uma verdadeira expressão de comunhão eclesial. Trata-se de um espaço em que a diversidade de carismas, serviços e experiências pastorais se encontram para fortalecer a unidade da missão evangelizadora.
O regimento da Arquidiocese de Fortaleza ressalta que a Assembleia não é um encontro isolado, mas o fruto de um processo de escuta e discernimento que começa nas comunidades paroquiais, passa pelas regiões episcopais e culmina na arquidiocese. Isso garante que as decisões e orientações não sejam impostas de cima para baixo, mas surjam de uma real participação do povo de Deus. A comunhão se torna, assim, o alicerce de toda a ação pastoral e sinal visível de uma Igreja sinodal, que caminha junto, escuta e discerne em comunidade.
Nos Atos dos Apóstolos, vemos que a Igreja de Jerusalém enfrentou tensões e divergências sobre a identidade cristã e a relação com a Lei de Moisés. O chamado Concílio de Jerusalém mostra a sabedoria da Igreja em reunir apóstolos, anciãos e toda a comunidade para discernir juntos o que o Espírito Santo pedia naquele tempo. Pedro, Paulo, Barnabé, Tiago e tantos outros foram instrumentos de um processo de escuta e diálogo que resultou em unidade e clareza missionária. Esse modelo bíblico inspira também hoje as assembleias arquidiocesanas, que são expressão concreta de sinodalidade.
A Assembleia de Pastoral tem como objetivo central ajudar o Arcebispo e toda a Arquidiocese a compreender os desafios do tempo presente, ouvir os clamores do povo e perceber os apelos de Deus. Ao mesmo tempo, busca oferecer respostas pastorais atualizadas, definindo diretrizes e fortalecendo os serviços pastorais necessários à missão. Trata-se, portanto, de um momento privilegiado de discernimento comunitário, em que se reconhece a corresponsabilidade de todos na vida e na missão da Igreja.
Outro aspecto importante é a avaliação da caminhada. A Assembleia não se limita a planejar o futuro, mas também olha para trás, refletindo sobre a ação pastoral realizada, seus frutos e suas fragilidades. Assim como a comunidade de Jerusalém soube reconhecer a ação de Deus na conversão dos pagãos, a Arquidiocese é chamada a celebrar as maravilhas que o Senhor realiza hoje e a aprender com os desafios enfrentados. Essa atitude de gratidão e revisão é essencial para manter viva a esperança, que neste tempo jubilar ganha um novo significado: o Jubileu da Esperança de 2025 é um convite a redescobrir a confiança no Senhor e a renovar o ardor missionário.
A unidade pastoral, dentro da diversidade de regiões, carismas e realidades sociais, é outro ponto de grande valor. Como diz o regimento, a Assembleia coopera para manter a unidade arquidiocesana sem sufocar a riqueza da pluralidade. É uma comunhão que não anula as diferenças, mas as integra na missão comum, à semelhança da decisão de Jerusalém, que respeitou a identidade dos pagãos convertidos sem impor-lhes um fardo insuportável. Essa é a lógica da Igreja sinodal: caminhar juntos, respeitando os dons de cada um e reconhecendo que o Espírito Santo fala por meio de todos.
Por fim, a importância da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral está em ser um verdadeiro sinal de sinodalidade, palavra tão presente no magistério da Igreja hoje. Assim como os primeiros cristãos afirmaram: “Decidimos, o Espírito Santo e nós”, também a Igreja em Fortaleza se reúne para discernir a vontade de Deus. É um momento de alegria, de fortalecimento da fé e de renovação da missão, pois nela se manifesta o rosto de uma Igreja que caminha unida, guiada pelo Espírito, atenta aos sinais dos tempos e comprometida com o anúncio do Evangelho.
Nesse espírito, o Jubileu da Esperança nos motiva a olhar para frente com confiança, certos de que a caminhada pastoral da Arquidiocese, iluminada pela Assembleia, é parte viva da esperança que não decepciona. Até o próximo artigo!
João Augusto Stascxak
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