
O Papo emérito Bento XVl falou várias vezes sobre sua preocupação com o relativismo ético. Externou sua preocupação acerca dos efeitos negativos que resultariam se as sociedades continuassem a ignorar a lei moral natural, e baseassem decisões éticas em teorias de normas flutuadas como o relativismo ético. Acredito que é necessário mobilizar as consciências de todas as pessoas de boa vontade, secularistas e membros das diferentes igrejas cristãs, para que, juntos, e de uma maneira concreta, possamos criar nas culturas e nas sociedades políticas as condições necessárias para tomar conhecimento do inestimável valor da lei natural. A Lei Natural exprime o sentido moral original, que permite ao homem discernir, pela razão, o que é o bem e o mal, a verdade e a mentira. Esta lei exprime a dignidade da pessoa e determina a base de seus direitos e de seus deveres fundamentais (cf. CIC 1956). A Lei Natural em si é acessível a todas as criaturas, firmando as bases para o diálogo entre todas as pessoas de boa vontade e com a sociedade civil em geral. É importante lembrar que a lei moral natural não é exclusiva ou predominantemente confessional mesmo que a Revelação cristã e a realização do homem no mistério de Cristo a iluminem e a desenvolvam em plenitude. É de vital importância que católicos e evangélicos adquiram uma consciência bem formada, que é reta e verídica. A lei moral natural oferece as primeiras e essenciais normas da moralidade à pessoa humana. Tomar consciência da lei moral natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1