
O Cardeal Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Raimundo Damasceno Assis afirmou que “É preciso ir a busca dos que se afastaram, para que redescubram a beleza, a alegria da fé em Jesus Cristo, a importância da vivência comunitária e dos sacramentos”. O Cardeal insiste que “É necessário levar o Evangelho tanto aos que nunca ouviram falar de Jesus quanto àqueles em cujas vidas o Evangelho perdeu, de certo modo, a sua força. Para isso, temos que ir às periferias de nossas cidades, dando espaço para os leigos exercerem a sua missão de colaboradores e responsáveis pela missão que Jesus Cristo confiou à sua Igreja”. Em outras palavras a Igreja tem que descentralizar as paroquias, dando muito mais atenção à rede de comunidades pequenas. Nas palavras do Arcebispo de Recife, Dom Fernando Saburido: “A paróquia tem que ser formada por uma rede de comunidades. Não uma paróquia de manutenção, de conservação, mas a que sai ao encontro das pessoas. A vida da paróquia não pode se concentrar só na matriz, o seu raio tem que alcançar toda a população daquela área geográfica”.
O Redentorista Dom Darci, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aparecida fez uma observação interessante. Para ele “a paróquia não deve ser entendida apenas como uma divisão territorial, mas como uma divisão afetiva, emocional”. Com razão, Dom Darci afirmou que “Muitos participam da paróquia não porque moram naquele bairro ou região, mas por adesão, porque se identificam com o santo padroeiro, o padre ou padres responsáveis, ou os movimentos que ali atuam”.
Para transformar a paróquia numa comunidade de comunidades precisamos utilizar a formação continuada dos padres, líderes de pastorais e movimentos. É necessário oferecê-los novos treinamentos para acompanhar as comunidades. Hoje em dia muitas das nossas paróquias são somente lugares onde nós atendemos os paroquianos. Aí os padres administram os sacramentos, celebram as missas, orientam os fiéis, reúnem as lideranças das pastorais etc. Agora o padre e os lideres da paróquia tem sair e organizar novas comunidades, especialmente em áreas pobres na periferia da paróquia onde o povo está espiritualmente e socialmente abandonado. Estas pequenas comunidades de fé devem aproximar as pessoas, unir famílias, fortalecer as relações mútuas e facilitar aos fiéis a assumir juntos a missão evangelizadora da Igreja. Comunidades onde as pessoas se conhecem, se amam, se ajudam mutuamente, assumem responsabilidades juntos e especialmente onde os fiéis trabalham na missão evangelizadora da Igreja. As pequenas comunidades devem atender e compreender melhor à juventude porque, às vezes, as novas gerações não visualizam a importância do aspecto da religião em suas vidas. As novas comunidades precisam atender melhor os idosos e acolher os movimentos. Finalmente, estas pequenas comunidades devem ser: comunidades de fé, de culto, de caridade, comunidades vivas e dinâmicas de discípulos missionários de Jesus Cristo.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1