Leão XIV enviou um telegrama aos participantes de um fórum italiano que aborda a temática dos “direitos, da ética e da inovação” em relação à liberdade religiosa e a Inteligência Artificial. Ele voltou a reforçar o pensamento já compartilhado no Jubileu dos Governantes quando afirmou que “a vida pessoal vale muito mais do que um algoritmo”, convidando “a uma renovada atenção aos valores da liberdade e do respeito mútuo”.
Andressa Collet – Vatican News
O Papa Leão XIV já iniciou sua primeira viagem apostólica com agenda programada na Turquia e no Líbano de 27 de novembro a 2 de dezembro. Nesta quinta-feira (27/11), dia em que chegou em Ancara, na Turquia, também enviou um telegrama dirigido ao ministro italiano dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, Antonio Tajani. Na mensagem, assinada pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Pontífice, Leão XIV enviou sua saudação aos participantes do III Fórum sobre liberdade religiosa no Palácio Chigi, sede do Governo da Itália. Desta vez, o tema é dedicado à Inteligência Artificial, “Direitos, Ética e Inovação”.
Segundo o telegrama, o Papa “espera que o evento ofereça uma reflexão cuidadosa para apoiar e promover o compromisso das instituições em todos os níveis, a fim de garantir uma ‘efetiva liberdade religiosa e o desenvolvimento de um encontro respeitoso e construtivo entre as diferentes comunidades religiosas’”. Leão XIV fez referência a um discurso proferido aos participantes do Jubileu dos Governantes em 21 de junho deste ano, no Vaticano, onde estavam representandos 68 países. A análise sobre a ação política para promover o respeito à liberdade religiosa e ao diálogo inter-religioso foi feita após o Pontífice enaltecer a importância de tutelar os mais frágeis e marginalizados, e antes do grande desafio da Inteligência Artificial.
De fato, no telegrama desta quinta-feira (27/11), o Papa voltou a enaltecer o seu pensamento sobre a IA para que seja “uma ajuda válida para a sociedade, na medida em que, no entanto, a sua utilização não leve a pôr em causa a identidade e a dignidade da pessoa humana e suas liberdades fundamentais”. A vida pessoal, havia destacado o Papa naquela audiência, “vale muito mais do que um algoritmo” e a própria “política não pode ignorar uma provocação desse alcance. Pelo contrário, é chamada a responder a muitos cidadãos que, com razão, olham para os desafios desta nova cultura digital com confiança e, ao mesmo tempo, com preocupação”. Ao reforçar esse pensamento no telegrama, o Papa Leão XIV convidou todos “a uma renovada atenção aos valores da liberdade e do respeito mútuo”.