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Homilia do 23º Domingo Comum (04.09.11)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista

“Se ouvires minha voz!”

A redenção na comunidade
O povo de Deus teve dificuldades na caminhada pelo deserto porque fechou os ouvidos para não ouvir sua voz. Por isso o salmo alerta: “Não fecheis o vosso coração. Não fecheis os vossos corações como vossos pais, apesar de terem visto as minhas obras” (Sl 94). Mateus ensina sobre como deve ser o relacionamento dos irmãos na Igreja: Temos a presença de Cristo quando estamos unidos e Ele salva através da comunidade que continua sua presença e ação redentora. O que o evangelho diz sobre a correção dos irmãos dentro da caridade é uma metodologia para que a pessoa possa aceitar a redenção. Não se trata somente de chamar a atenção da pessoa, mas de salvá-la. Assim ouvimos o profeta Ezequiel com respeito ao sentinela, aquele que avisa dos perigos. Deus colocou o profeta como sentinela para o povo com a obrigação de corrigir. Se não o faz, ele é culpado. Se a pessoa não se corrige, a culpa fica com ela. Cada membro da comunidade é responsável pelo outro. Mateus ensina como se corrige: Deve-se primeiro fazer a advertência em particular, depois com mais duas testemunhas para ajudarem na recuperação e, só então, se a pessoa resiste, dizer à comunidade. Se nem a essa ouve, então está desligado com o poder que Jesus dá à comunidade: “Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu, tudo o que desligares na terra, será desligado no céu” (Mt. 18,18). Desligar não significa excluir, mas provocar a recuperação. A comunidade deve advertir os que se extraviam da verdade. Deve, contudo, agir na caridade. Não na fofoca ou na denúncia maldosa. E mesmo as autoridades da Igreja devem seguir esse caminho e não agir só para a condenação, mas para a salvação. A missão do anúncio do evangelho continua na comunidade dos fiéis que já vivem a fé. A conversão é um processo contínuo. Todos são responsáveis pela salvação de todos. Para que a Palavra se realize, é necessário ter os ouvidos abertos para ouvir a Palavra de Deus que se faz presente de tantos modos. Ouvir as advertências é uma atitude inteligente. A força da comunidade está na união que busca a redenção.

Presença de Cristo
“Jesus Cristo está realmente presente no altar”. Mas está também realmente presente na comunidade. É um tipo diferente de presença, mas é presença, pois esta união dos irmãos em nome de Jesus são palavras Dele. Jesus, pela ação do Espírito Santo, une as pessoas no Corpo de Cristo. Ao nos unirmos, estamos unidos a Ele. Por isso, a comunidade que se reúne para as celebrações é a matéria desta união, como o pão e o vinho são a matéria que se torna Corpo e Sangue de Cristo. Jesus diz que não precisamos de muitas palavras, muitos gritos, pois Deus sabe do que precisamos, pois é Jesus que reza conosco, é o conteúdo de nossa oração e sua finalidade.

Força da união
Cristo que se faz presente na união de todos para salvar, está presente também na união de todos para rezar. Por isso, rezamos juntos na comunidade. Este modo de rezar dá mais força à oração e garantia de ser ouvido. Muitos dizem que rezam melhor em particular e não precisam ir à comunidade. A força da oração não vem do sentir-se bem, mas do sentir-se unidos, pois Jesus prometeu presença quando estamos reunidos em seu nome. É fundamental a oração pessoal. Se for verdadeira, conduzirá à oração na comunidade para a celebração ou para as devoções.

Leituras: Ezequiel 33,7-9; Salmo 94; Romanos 13,8-1; Mateus 18,15-20.

Homilia do 23º Domingo Comum (04.09.11)

1. O povo de Deus foi convidado a não fechar os ouvidos. Mateus nos ensina que na comunidade devemos ouvir o chamado à salvação através dos irmãos que nos corrigem. Essa correção tem um método que não é a fofoca: fala-se em particular, depois com duas testemunhas e depois toda a comunidade. Todos somos responsáveis uns pelos outros no caminho da salvação.

2. Cristo está presente na Eucaristia e também na comunidade. Ao nos unirmos estamos unidos a Ele, pela ação do Espírito.

3. A força da união e da presença de Jesus garante a oração. Rezar em particular é necessário, juntos é fundamental. Por isso participamos das celebrações, pois Jesus prometeu estar presente. O amor é o cumprimento da lei.

 

1 + 1 = 3. Certa a resposta! Quando?

São Mateus ensina a viver em comunidade. Sabemos que o amor é o fundamento da comunidade. Paulo ensina que o amor resume todos os mandamentos.

O amor nos impulsiona a corrigir os irmãos em suas dificuldades e erros. Somos corresponsáveis uns pelos outros. Se eles não aceitam a correção, continuamos na responsabilidade de amá-los.

Jesus é prático e vai aos detalhes quando trata do modo de corrigir os irmãos. Nós fazemos fofoca, depois acusamos. Jesus ensina: primeiro se procure a pessoa e, a sós, e depois fale com ela. Se não aceita, chama mais duas pessoas para ver que o negócio não é pessoal. Só aí apresenta à comunidade. É duro ouvir que a Igreja não usa esse método e aceita denúncias sem confrontar os acusadores.

A comunidade vive da união. Cremos na presença real de Jesus na Eucaristia. Temos também que crer em sua presença real, de modo diferente, quando dois estão reunidos em seu nome. Por isso acertamos a soma; 1 + (Jesus) + 1 = 3.

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