Homilia 13º do Domingo Comum (26.06.11) - Arquidiocese de Fortaleza
Atualidades

Homilia 13º do Domingo Comum (26.06.11)

Pe. Luiz Carlos, Redentorista

“Quem vos recebe, a mim recebe”

Acolher bem é caridade

Jesus não era contra tudo que se fazia. Era sempre a favor do que construía o homem e o Reino. Ele é o exemplo do acolhimento. Isso marcou os apóstolos. Por isso, a virtude da hospitalidade era muito estimulada no Novo Testamento, em contraposição às tradições dos antigos que criaram muitas regras de pureza ritual que eram verdadeiras discriminações: “Ao verem isso, todos murmuravam dizendo: Ele (Jesus) entrou para se hospedar na casa de um homem pecador” (Lc 19,7). A celebração de hoje nos ensina o acolhimento como fundamental, porque Divino. Toda virtude nasce do amor. Na Trindade Santa, o acolhimento mútuo no amor é a força que cria a Unidade. Nossa missão é amar como Jesus que foi ao extremo do amor, dando a vida. Jesus, em suas atitudes “revolucionárias”, acolhia todos aqueles que a prática judaica excluía: pobres, doentes, pecadores e pecadoras, pagãos. Acolher a pessoa significava para Ele, ir a seu ambiente. Quando chamou Mateus, foi a sua casa e fez refeição com eles e seus amigos, pouco recomendáveis para os fariseus. Ali afirma que são os doentes que precisam de médico (Mt 9,9-13). Tudo é fruto do amor misericordioso de Deus. Acolher o outro é acolher Jesus.

Acolher Cristo, fonte da acolhida

Para viver o amor que acolhe, é urgente acolher Cristo, desprendendo-se de tudo, até da própria vida, assumindo seu modo de viver, carregando sua cruz. Por que a cruz? Porque a morte de Jesus é o resultado por ter acolhido a todos como faz o Pai. Em nós, Jesus acolhia o Pai que não faz distinção de pessoas (Mt 5,45). A mulher de Sunan foi recompensada com um filho, pelo acolhimento que fez ao profeta Eliseu. Para os que crêem em Cristo, esta abertura total, que Paulo chama de morrer com Cristo, resulta em ressuscitar e viver com Cristo (Rm 6,8). Quem der um copo de água fresca … não ficará sem recompensa (Mt 10,42). O modelo será sempre Jesus: “Acolhei-vos como Cristo vos acolheu” (Rm 15,7). É impossível ser cristão de nome e de fato, se tivermos uma religião excludente. A exclusão não se reduz a um mero suportar, mas criar medidas de acolhimento na comunidade. Criamos o esquema que nos é cômodo. Vejamos as dificuldades as pessoas humildes têm para receber o batismo, a primeira comunhão, a crisma etc… E depois reclamamos das seitas que crescem. Certas estruturas de Igreja destroem, pior quanto se vendem.

Acolhimento universal

Evangelização não é dar doutrinas e criar estruturas. Também, mas não em primeiro lugar. O Concílio Vaticano II manda que a Igreja deve se encarnar como Jesus (AG 10) que assumiu as condições culturais e sociais de seu povo. Deve assumir o admirável intercâmbio, recebendo das culturas tudo o que for bom para confessar a glória de Criador e ordenar a vida cristã (AG 22). No mundo atual há necessidade de acolhimento. Vemos as migrações internas e s as imigrações. É preciso acolher sem distinção de cor, raça, sexo, religião, idade, personalidade, opinião, diversidade política, social, educação, evangelizando pelo testemunho de vida, depois pela palavra. É preciso também promover o dom das pessoas. A Igreja necessita examinar-se sobre sua evangelização. Quem sabe somos culpados pela falta de fé da sociedade por transmitir uma cultura e não anunciar o Evangelho como Jesus o fez. A Eucaristia é o lugar do primeiro acolhimento.

Leituras: 2Reis 4,8-11.14-16a; Salmo 88; Romanos 6,3-4.8-11 ; Mateus 10,37-42.

Homilia 13º Domingo Comum (26.06.11)

1. Jesus é o exemplo do acolhimento. Esta virtude era importante para os primeiros cristãos. No tempo de Jesus havia leis que impunham a discriminação. Estranhavam que Jesus se misturasse com os “impuros”. Esta virtude nasce do amor que há na Trindade e a faz Unidade. Por isso Jesus foi revolucionário, como por exemplo no caso da vocação de Mateus.

2. Para acolher os outros, é preciso acolher Jesus e ser como Ele foi. Paulo chama essa abertura de morrer com Cristo, o que resulta em ressuscitar e viver com Cristo. É a vida da comunidade: “Acolhei-vos, como Cristo acolheu a vós”. Nossa fé não permite que façamos qualquer tipo de exclusão. Muitas estruturas atuais das comunidades excluem sobretudo os fracos e pecadores. É preciso ordem, mas a estrutura não está acima da necessidade das pessoas.

3. Evangelizar é acolher e depois ensinar. Deve ser como a Encarnação de Jesus que acolheu completamente a cultura, o povo e a situação. Nossa pastoral deve levar em conta a migração. A Igreja deve examinar-se como evangeliza.

Não desligue a campainha

Jesus passou, tocou a campainha. Ninguém respondeu. Então ele foi embora!

Assim diz Ele: Quem vos recebe, a mim recebe. Quem não acolhe, fecha-se para Jesus que passa.

Tomar a cruz de Jesus é fazer o que Ele fazia. Pensar só em si, não dá lucro.

Ele ensina no Evangelho de hoje o acolhimento. Acolher a Deus, acolher as pessoas, acolher o mundo e a natureza. Quem gosta de acolher ajunta riquezas.

O acolhimento é uma atitude do coração e não uma questão social. A Igreja recebeu a missão de acolher todos. Para acolher é preciso desapegar-se sem impor condições. Ela tem a missão de ir aos povos e oferecer a graça do Evangelho colhendo das culturas tudo o que possa ser útil para anunciar a graça da salvação como Jesus fez em sua Encarnação. Às vezes colocamos tantas regras que as pessoas vão bater em outras portas que as acolhem melhor. E reclamamos que as seitas crescem.

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista

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