Francisco: “O migrante é Cristo que bate à nossa porta” - Arquidiocese de Fortaleza
Atualidades

Francisco: “O migrante é Cristo que bate à nossa porta”

“Trabalhamos para que toda a migração possa ser fruto de uma escolha livre, somos chamados a ter o maior respeito pela dignidade de cada migrante, construindo pontes e não muros”. Palavras do Papa Francisco na sua Mensagem para o 109° Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que será celebrado em 24 de setembro

Jane Nogara – Vatican News

Nesta quinta-feira, 11 de maio, foi publicada a Mensagem do Papa Francisco para o 109° Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que será celebrado em 24 de setembro. Para este ano o Papa escolheu como tema “Livres de escolher se migrar ou ficar”.

O tema

Ao explicar o tema escreve que “Livres de partir, livres de ficar” era o título de uma iniciativa de solidariedade, promovida há alguns anos pela Conferência Episcopal Italiana como resposta concreta aos desafios das migrações atuais. “Na escuta regular das Igrejas particulares – continua Francisco – pude constatar que a garantia de tal liberdade é uma preocupação pastoral difusa e partilhada”. Prosseguindo recorda que “a fuga da Sagrada Família para o Egito não é fruto de uma escolha livre, como aliás não o foram muitas das migrações que marcaram a história do povo de Israel. O ato de migrar deveria ser sempre uma escolha livre, mas realmente, ainda hoje, em muitos casos não o é. Conflitos, desastres naturais ou, simplesmente, a impossibilidade de levar uma vida digna e próspera na própria terra natal obrigam milhões de pessoas a partir”.

O que podemos fazer, o que devemos deixar de fazer

Continuando sua mensagem reflete que “os migrantes fogem por causa da pobreza, do medo, do desespero. Para eliminar estas causas e assim acabar com as migrações forçadas, é necessário o empenho comum de todos, cada qual segundo as próprias responsabilidades; empenho esse, que começa por nos perguntarmos o que podemos fazer, mas também o que devemos deixar de fazer”.

“Devemos prodigalizar-nos para deter a corrida armamentista, o colonialismo econômico, a pilhagem dos recursos alheios, a devastação da nossa casa comum”

“Para fazer da migração uma escolha verdadeiramente livre – afirma o Papa Francisco – é preciso esforçar-se por garantir a todos uma participação equitativa no bem comum, o respeito dos direitos fundamentais e o acesso ao desenvolvimento humano integral. Só assim será possível oferecer a cada um a possibilidade de viver com dignidade e realizar-se pessoalmente e como família.”

As responsabilidades

Afirmando que é claro que a responsabilidade principal cabe aos países de origem e seus governantes, recordou que, por outro lado, estes “devem ser colocados em condições de o fazer, sem se ver depredados dos próprios recursos naturais e humanos e sem interferências externas visando favorecer os interesses de poucos. E mesmo quando as circunstâncias permitirem escolher se migrar ou ficar, será necessário, em todo o caso, garantir que essa escolha seja esclarecida e ponderada, a fim de evitar que muitos homens, mulheres e crianças caiam vítimas de perigosas ilusões ou de traficantes sem escrúpulos”. Em seguida escreveu também sobre a responsabilidade de todos, ou seja:

“É necessário um esforço conjunto de cada país e da Comunidade Internacional para assegurar a todos o direito de não ter que emigrar, ou seja, a possibilidade de viver em paz e com dignidade na própria terra”

Corresponsabilidade de todos os Estados

Ao explicar sobre a corresponsabilidade de todos os Estados, já que se trata de um bem comum que ultrapassa fronteiras nacionais afirmou: “como os recursos mundiais não são ilimitados, o desenvolvimento dos países economicamente mais pobres depende da capacidade de partilha que se conseguir gerar entre todos os países. Enquanto este direito não for garantido – e espera-nos um longo caminho –, serão ainda muitos os que terão de partir à procura duma vida melhor”.

O migrante é Cristo que bate à nossa porta

Depois de recordar as palavras de Mateus “Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo”, Francisco afirmou:

“Estas palavras soam como admoestação constante para reconhecermos no migrante não só um irmão ou uma irmã em dificuldade, mas o próprio Cristo que bate à nossa porta”

“Por isso – escreveu ainda o Papa – enquanto trabalhamos para que toda a migração possa ser fruto de uma escolha livre, somos chamados a ter o maior respeito pela dignidade de cada migrante; e isto significa acompanhar e gerir da melhor forma possível os seus fluxos, construindo pontes e não muros, alargando os canais para uma migração segura e regular”.  Francisco concluiu sua mensagem recordando o atual percurso sinodal da Igreja: “O percurso sinodal leva-nos a ver, nas pessoas mais vulneráveis – e entre elas contam-se muitos migrantes e refugiados –, companheiros de viagem especiais, que havemos de amar e cuidar como irmãos e irmãs. Só caminhando juntos, poderemos ir longe e alcançar a meta comum da nossa viagem”, concluiu o Papa.

Fonte: Vatican News

Seja o primeiro a comentar »

Seja o primeiro a comentar »


Deixe seu Comentário

Nome (necessário)

E-mail (não será publicado) (necessário)

Website

Atualidades

Ordenação Presbiteral

Dom José Antonio inaugura Centro de Pastoral na Paróquia Jesus, Maria, José no Antônio Bezerra

Clero de Fortaleza realiza Semana de Formação online

Jubileu de 75 anos da Paróquia Jesus, Maria, José no bairro Antônio Bezerra, Fortaleza

Catedral Metropolitana de Fortaleza celebra 42 anos de inauguração

Programação das Missas de Natal e Ano Novo em algumas paróquias da Arquidiocese de Fortaleza

Paróquia São José realiza a Live Natal da Esperança

Santuário de Canindé divulga programação natalina

Pe. Ermanno Allegri: pastor missionário, celebra 50 anos de Ordenação Presbiteral

12ª Festa da Vida: cuidar e celebrar a vida: desafio e compromisso

Dom Rosalvo toma posse na Diocese de Itapipoca

Há 150 anos, Santa Luzia ilumina Baturité

Paroquianos de São Gonçalo celebram novenário ao Padroeiro

Membros da Pascom são apresentados solenemente na Matriz do Pirambu

Nota de repúdio da Pastoral Carcerária contra agressões sofridas durante manifestação do Dia da Consciência Negra

Na Solenidade de Cristo Rei: novos presbíteros para a Igreja do Senhor

Testemunhas da Eucaristia: tema da 82ª Semana Eucarística

Cordel celebrativo: 105 anos da Arquidiocese de Fortaleza

Horários de missas no Dia de Finados

Legado de Irmã Clemência é retratado em Seminário Internacional

Museus Vaticanos com duas novas salas: especiarias e cerâmica antiga

Edições CNBB publica subsídios em preparação ao Jubileu Ordinário 2025

Paróquia de São Francisco das Chagas realiza a 112ª edição da Coroação de Nossa Senhora em Canindé

O Papa: caminho sinodal, experiência espiritual única de conversão e renovação

Em audiência pública, na Câmara dos Deputados, bispos falam sobre a proteção do meio ambiente