Brasão da Arquidiocese de Fortaleza
Arquidiocese de
Fortaleza

Ecumenismo

Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald - Redentorista

Recentemente o papa Bento XVl falou novamente sobre a importância do ecumenismo. Infelizmente esta palavra é mal entendida por muitas pessoas. Há pessoas que confundem a palavra ecumenismo com as palavras “Diálogo inter-religioso” e a palavra “unidade” com “uniformidade”. Podemos começar com uma definição de ecumenismo: “é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da superação das divisões entre as diferentes Igrejas cristãs: os católicos, os ortodoxos, os evangélicos e os habitualmente chamados protestantes”. Ecumenismo é a vontade de Jesus “… que todos sejam um, como tu, Pai, estais em mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim do que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17, 21). Jesus, então, não quer seus discípulos divididos por doutrinas e estruturas religiosas. Estas são formas de compreender o Evangelho, e as diferenças entre elas não precisam dividir os cristãos. Cada Igreja deve contribuir para a comunhão do Povo de Deus cultivando o respeito, a acolhida e o amor mútuo entre todos os fiéis em Cristo. O “Diálogo Inter-religioso” é um inter-relacionamento respeitoso com grupos religiosos não-cristãos. Unidade não significa uniformidade. Podemos ser diferentes dentro de certos limites que é uma coisa muita enriquecedora. O ecumenismo é fundamentado em muitos textos bíblicos, como por exemplo: Jo 10, 30; Ez 36, 24-28; 1 Cor 5, 19; At 2, 42-47; Gl 3, 28; 1 Cor 12,3; 1Tm 2,5; Jo 13.35; Jo 11,52; Mt 5, 21ss; e Jo 17, 21 etc. Para os católicos o ecumenismo é fundamentado nos seguintes documentos: O Concílio Ecumênico Vaticano ll (cf. Lumen Gentium e Unitatis Redintegratio); o Documento de Puebla; o Documento de Santo Domingo; o Documento de Aparecida; a Exortação Pós-Sinodal “Ecclesia in Africa” de João Paulo ll; a Carta Apostólica “Salvifici Doloris” de João Paulo ll e a Carta Encíclica “Ut Unum Sint” também do papa João Paulo ll.

O livrinho titulado “O que é Ecumenismo” da CNBB, (4ª.edição 2008) para tranquilizar cristãos preocupados com certos aspectos do conceito ecumenismo apresentou sete itens sobre o que o ecumenismo NÃO é: a) juntar todas as Igrejas numa só, com,o quem faz sopa no liquificador; b) deixar de crer no que ensina a sua Igreja para viver em paz com todo o mundo; c) fazer de conta que é tudo a mesma coisa, que não há diferenças nem problemas; d) um jeito simpático de seduzir o outro para a nossa Igrejas; e) aceitar sem espírito crítico o que vem de outros grupos já que todos somos da mesma família cristã; f) exigir que o outro se acomode às nossas doutrinas e tradições; e g) manter boas relações quando estamos com membros de outras Igrejas só por boa educação, sem sinceridade na valorização do outro. (cf. Op.cit. p. 11).

Então, afinal o que é ecumenismo? Segundo a referida publicação da CNBB ecumenismo é: (i) conversão de coração para reconhecer o que há de bom nas outras Igrejas cristãs; (ii) ficar alegre com o muito que temos em comum, em vez de ficar buscando motivo para briga; (iii) procurar conhecer as outras Igrejas, sem preconceito e sem ingenuidade também; (iv) colaborar com os irmãos de outras Igrejas em tudo o que ajuda o progresso do projeto do Reino; (v) orar pela unidade, com seriedade e ternura; (vi) tratar as outras Igrejas como gostamos que a nossa seja tratada; e (vii) buscar a verdade juntos, lealmente, no desejo sincero de sermos, todos, cada vez mais fiéis a Jesus (op.cit. p.12).

Há dificuldades com certos novos movimentos religiosos autônomos mais recentes que se expandem combatendo os demais, rejeitando o mundo e se considerando os únicos salvos. Às vezes, separados da sua origem, e usados por modismos e outros interesses, podem levar o povo à busca de soluções mágicas e alienantes. Precisamos ter cuidado com esses grupos que prometem curas, milagres e felicidade imediata, muitas vezes em troca de contribuições em dinheiro.

A base da unidade dos cristãos é o Batismo, no qual todos nos tornamos participantes da vida nova que Cristo nos oferece. A Igreja Católica reconhece como válido o Batismo de muitas outras Igrejas. Por exemplo: Ortodoxos, Luteranos, Medodistas, Batistas, Presbiterianos, somente para mencionar algumas. O Batismo constitui o fundamento da comunhão entre todos os cristãos e, portanto, constitui o vínculo sacramental da unidade que liga todos os que foram regenerados por ele. (cf. Catecismo da Igreja Católica, No. 1271).

Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, redentorista e assessor da CNBB Reg. NE1

Faça a sua pesquisa

Os cookies nos ajudam a entregar nossos serviços. Ao usar nossos serviços, você aceita nosso uso de cookies. Descubra mais