
O Papa Francisco afirmou que a liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não permite “insultos à fé dos outros”. Acrescentando: “Todos têm não apenas o direito a liberdade de expressão, como também a obrigação de dizer o que pensam para ajudar o bem comum”. É “legítimo usar essa liberdade, mas sem ofender, sem impor, e nem matar”. Segundo o Papa “matar em nome de Deus é uma aberração”. Não há dúvida, a publicação de charges sobre o Profeta Maomé foi realmente uma enorme ofensa, uma provocação aos sentimentos religiosos dos muçulmanos. A convivência exige um clima de respeito mútuo para favorecer a paz entre os povos e as nações. Exigimos respeito quando estão em jogo à verdade ou a dignidade de uma experiência como a religiosa, que pertence à dimensão mais íntima e fundamental da pessoa humana. Formas de crítica exasperada ou de escárnio contra as religiões mostram uma falta de sensibilidade humana e pode constituir, em alguns casos, uma provocação inadmissível. A leitura da história nos ensina que por este caminho não se curam as feridas que existem na vida do povo.
Igualmente deploráveis são as ações violentas de protesto onde pessoas morrem, prédios são incendiados e a lei da nação é desrespeitada. A reação ante uma ofensa não pode faltar ao verdadeiro espírito de toda religião. Espírito esse que inclui perdão, caridade e tolerância. A intolerância real ou verbal venha de onde vier, como ação ou como reação, constitui sempre uma série ameaça à paz. Durante sua recente visita à Turquia o Papa Francisco apelou a todos os lideres muçulmanos para condenem claramente o terrorismo islâmico considerando que “não pode dizer que todos os muçulmanos são terroristas”. Ele disse que estava revoltado com a ligação que é feita entre o islã e o terrorismo.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1