
Nossa resposta à pergunta “Acaso Cristo está dividido?” obviamente é não. Cristo não está dividido, porque Ele é um para todas as pessoas que creem Nele. Porém a realidade das comunidades cristãs é outra. Na capa do livrinho publicado pelo CONIC sobre a semana em apreço, há uma cruz composta de cores variadas representando as comunidades cristãs e as maneiras em que elas acreditam e vivem a sua fé em Cristo. Este símbolo faz parecer que, embora Cristo não esteja dividido, as várias comunidades estão. A imagem da cruz nos leva a perguntar sobre quem e o que nós anunciamos. “Anunciamos a nós mesmos, nossas verdades, nossas doutrinas, nossas certezas ou anunciamos a Boa Nova do Evangelho?”. Na página sete do livrinho publicado pelo CONIC para a Semana de Oração pela Unidade dos cristãos, encontramos a seguinte frase: “A graça de Deus passa pela cruz (sofrimento) e pela ressurreição (esperança). Ao anularmos estas duas dimensões, anulamos a cruz de Cristo e, no lugar dela, colocamos pessoas, doutrinas, percepções do mundo, ideologias e assim em diante”.
A principal característica cultural do Brasil é a miscigenação de etnias. “A cultura dos povos indígenas, a cultura europeia dos colonizadores portugueses, as culturas dos povos africanos, que aos poucos foram se misturando e integrando à cultura local. Mais tarde vêm outros povos para o país, os italianos, os japoneses, os alemães e muitos outras., cada um acrescentando ao Brasil um novo detalhe cultural” (cf. p.11 do livro do CONIC). A Carta de São Paulo aos Coríntios (1 Cor 1, 1-17) se dirige a nós hoje avisando-nos em bom tom que como a Igreja não podemos estar isolados ou atuar uns contra os outros, mas afirmando nosso inter-relacionamento com todos que invocam o nome do Senhor.
Padre Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
