
Os bispos notaram que, na preparação para a Copa, houve manifestações populares que “acertadamente reivindicam a soberania do país, o respeito aos direitos dos mais vulneráveis e efetivas políticas públicas que eliminem a miséria, estanquem a violência e garantam vida com dignidade para todos”. Eles externizam sua solidariedade com os que, por causa das obras da Copa, “foram feridos em sua dignidade e visitados pela dor da perda de entes queridos”. Os bispos não aceitam que, por causa da Copa, “famílias e comunidades inteiras tenham sido removidos para a construção de estádios e outras obras estruturantes, numa clara violação do direito à moradia”. A Copa não pode aprofundar as desigualdades urbanas e a degradação ambiental.
Acredito que todas as pessoas de boa vontade concordarão com os bispos quando eles afirmam que “a Copa do Mundo não se medirá pelos valores que injetará na economia local ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. Seu êxito estará na garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam, o tráfico humano e a exploração sexual, sobretudo, de pessoas socialmente vulneráveis”. Fortaleza é uma das cidades-sede da Copa e esperamos que os seis jogos que acontecerão aqui sejam jogos de alto grau de esportividade, sem violência e de grande cordialidade. Vamos respeitar e aplaudir os times que ganham e os times que perdem. Vamos trabalhar para que esta Copa do Mundo seja lembrada “como tempo de fortalecimento da cidadania”.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1