
O Papa estigmatiza o gnosticismo e o pelagianismo. O gnosticismo ele observa é uma autocelebração de “uma mente sem encarnação, incapaz de tocar a carne sofredora de Cristo nos outros, engessada numa enciclopédia de abstrações”. Para o Papa, trata-se de uma “vaidosa superficialidade”, que pretende “reduzir o ensinamento de Jesus a uma lógica fria e dura que procura dominar tudo”. O pelagianismo, ou melhor, o neo-pelagianismo é, segundo o pontífice, outro erro gerado pelo gnosticismo. A ser objeto de adoração aqui não é mais a mente humana, mas o “esforço pessoal”, uma vontade sem humildade “sente-se superior aos outros por cumprir determinadas normas” ou por ser fiel “a certo estilo católico”. (cf. No. 49 do op. cit.).
O Papa falando das bem aventuranças do Sermão da Montanha (cf. Mateus 5, 1-12) afirma que com este discurso Jesus “explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo” (cf. No.63 do op. cit.). Uma das nove bem-aventuranças: “Bem-aventurados os misericordiosos”, contém para o Papa “a grande regra de comportamento dos cristãos”(cf. Mt. 25, 31-46). No quarto capítulo, Papa Francisco apresenta as características “indispensáveis” para entender o estilo de vida da santidade: “perseverança, paciência e mansidão, alegria, audácia, fervor e humor”. A Exortação Apostólica afirma que: “O caminho da santidade vivido como caminho ‘em comunidade’ e ‘em constante oração’, que chega à ‘contemplação’, não entendida como evasão que nega o mundo que nos rodeia” (nn110-152).
Francisco chama nossa atenção à importância do discernimento nesta época onde há grandes possibilidades de ação e distração. Ele cita: as viagens, o tempo livre, o uso descontrolado das várias tecnologias modernas etc. Ele faz uma alerta especial aos jovens expostos “em mundos virtuais distantes da realidade”. Podemos dizer que o Papa Francisco dá indicações sobre como viver a santidade – um chamado que é para todos – no mundo atual que apresenta tantos desafios, riscos e oportunidades à fé.
Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista