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Papa: somente a unidade torna possíveis mudanças verdadeiras e duradouras

“Venho entre vós sobretudo para confirmar-vos na esperança de Jesus Crucificado e Ressuscitado! Mas também venho para encorajá-los a valorizar a mensagem que o Papa Celestino deixou a toda a Igreja. Verdadeiramente a humildade, o amor, a proximidade, o perdão e a misericórdia são a mais bela maneira de anunciar o Evangelho aos homens e mulheres de hoje e de todos os tempos”.

Padre Pedro André, SDB – Cidade do Vaticano

No próximo domingo, 28 de agosto, o Papa Francisco fará uma visita pastoral à cidade italiana de Aquila, que em 2009 foi praticamente destruída por um terremoto. Entre as motivações desta visita se encontra a abertura de uma Porta Santa na Basílica de Collemaggio e o rito solene do perdão, que se realiza sempre nos dias 28 e 29 de agosto de cada ano nesta cidade. Trata-se da Indulgência Plenária perpétua que o Papa Celestino V, um mês após sua coroação em 29 de setembro de 1294, concedeu – com a Bula Inter sanctorum solemnia, também conhecida como Bula do Perdão – a qualquer pessoa, após Confissão e Comunhão, que entrasse na Basílica de Santa Maria di Collemaggio, entre as Vésperas de 28 de agosto e 29 de agosto.

Em vista da visita histórica que fará, o Santo Padre concedeu uma entrevista escrita a Giustino Parisse do jornal “Il Centro”, de Aquila, que enviou quatro perguntas por meio dos canais oficiais do Vaticano.

Levando em conta a tragédia ocorrida em Aquila em 2009, o jornalista pergunta a Francisco como se pode renascer para uma nova vida, se o que se vivia antes foi perdido.

Segundo o Papa “A dor e o sofrimento são sempre um mistério. (…) O próprio Jesus teve a experiência de experimentar esta escuridão, de se sentir sozinho, derrotado. Mas, ao mesmo tempo, ele nos ensinou que naquele preciso momento em que tudo parece perdido, pode-se fazer um gesto inesperado: confiar no Pai! “Em tuas mãos, Senhor, eu louvo meu espírito”, diz Jesus na cruz. Não pode haver renascimento sem este gesto de confiança naquele que tem o poder de segurar nossa mão justamente quando todas as outras certezas vêm abaixo. Um crente sabe que esta vida é apenas uma ‘passagem’, uma viagem que nos leva a uma vida que não passa. (…) Basta ler a Bíblia e perceber que todos aqueles que tiveram que se reerguer para recomeçar, o fizeram com uma nova humildade, uma nova autoconsciência. Poderíamos dizer que eles se levantaram “mais humanos” do que antes.

Ao ser perguntado sobre como o perdão poderia ser a chave para mudar as perspectivas diante das guerras atuais, o Pontífice disse que “o mal nunca é superado com o mal, mas somente com o bem (…). Acredito que todos juntos devamos cultivar uma cultura de paz que passe pelo amadurecimento do possível perdão. Sem este compromisso, permaneceremos atolados na lógica do mal que se prende à lógica do interesse daqueles que se aproveitam destes conflitos para se enriquecerem e explorarem. O perdão é a única arma possível contra toda guerra.”

Ao ser questionado sobre como entender a pobreza – não como uma completa miséria, mas como um valor, a partir da afirmação que a Igreja ensina que em cada pessoa pobre se pode ver o próprio Jesus -, o Papa afirmou que “há uma pobreza que é fruto da injustiça e uma pobreza evangélica que é liberdade de posse. (…) Somente quando não somos escravos da posse podemos experimentar essa liberdade interior que nos faz sentir alegria por tudo na vida. A pobreza, mesmo para um cristão, não é um slogan, mas uma forma de estar no mundo.”

Francisco agradeceu a Igreja de Aquila pelo testemunho que deu nos últimos anos, sobretudo pela assistência dada aqueles que sofreram e sofrem com as consequências do terremoto. Agradeceu aos bispos, padres, religiosos e religiosas, que junto com os leigos reconstruíram as casas e as almas. Segundo o Papa, “é a proximidade, a presença, a partilha, a caridade concreta, a escuta, a ternura, o caminho pelo qual o Evangelho deve ser anunciado, especialmente quando se está próximo daqueles que tanto sofreram. Não se pode ir muito longe se não juntos. Somente a unidade torna possíveis mudanças verdadeiras e duradouras. Devemos deixar para trás todas as coisas que nos dividem e valorizar ao invés disso tudo o que nos une. Com este estilo, a esperança não será apenas uma utopia, mas uma certeza sobre a qual basear o futuro e o compromisso de todos.”

Ao concluir, Francisco deu a tônica de sua visita: “Venho entre vós sobretudo para confirmar-vos na esperança de Jesus Crucificado e Ressuscitado! Mas também venho para encorajá-los a valorizar a mensagem que o Papa Celestino deixou a toda a Igreja. Verdadeiramente a humildade, o amor, a proximidade, o perdão e a misericórdia são a mais bela maneira de anunciar o Evangelho aos homens e mulheres de hoje e de todos os tempos”.

Fonte: Vatican News

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