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Meditação do Evangelho – 3º Domingo da Quaresma (Jo 4, 5-42)

Neste terceiro domingo da quaresma, repleto de significado batismal, nos encontramos com Jesus no momento em que o calor do sol e a fadiga do caminho são mais agudos e com os nossos corações tomados pela sede somos convidados a reconhecer no Senhor a fonte da vida e fazer deste o encontro decisivo de nossas vidas!

O trecho do Evangelho deste domingo acontece durante a viagem que Jesus faz da Judéia para a Galiléia, passando pela Samaria. Bem sabemos que existe uma diferença acirrada entre judeus e samaritanos os quais chegavam ao ponto de cultivarem o ódio mutuamente, isto devido a origem do povo samaritano (cf. Eclo 17,24-41) o qual não se manteve fiel ao culto do verdadeiro Deus.

Jesus encontra-se sentado, pois a hora (meio-dia) e o cansaço agregados a fome e a sede são intensos. Enquanto os discípulos saem para comprar alimento na cidade acontece o encontro com uma mulher samaritana junto ao poço de Jacó. O Senhor toma a iniciativa do diálogo pedindo-lhe água e com a surpresa da mulher dada a sua atitude Ele mesmo propõe uma mudança na forma de como esta mulher percebia a sua vida: “Se conhecesses o dom de Deus…”

A mulher, na verdade, tem sede de ser amada – possuindo cinco maridos sem nenhum pertencer a ela e Jesus apresenta-se como a fonte da água viva que sacia toda sede do coração humano. O texto, denso em detalhes, também aponta que os verdadeiros adoradores são aqueles que, em espírito e verdade – com o seu testemunho estão no mundo fornecendo um exemplo crível da presença de Deus.

O olhar da mulher – que propositalmente não tem um nome, pois poderá ser um de nós – começa a migrar de suas necessidades fundamentais (colher água na fonte) para a salvação de sua vida (“Quando vier o Messias, ele nos explicará tudo”). O mesmo acontece com o alimento que os discípulos não compreendem quando Jesus diz: “Tenho para comer um alimento (fazer a vontade do Pai) que não conheceis”. Comer e beber embora sejam indispensáveis para a vida humana aqui são, de certa forma, colocados em segundo plano frente a uma necessidade ainda mais fundamental e importante: reconhecer que somente em Deus por meio de Jesus Cristo temos pacificadas todas as nossas demandas!

A eucaristia que celebramos em memória do Senhor nos capacita a buscar na Palavra proclamada e no pão e no vinho – corpo e sangue de Cristo – a fonte que sacia as nossas necessidades. Muitas vezes, assim como o povo sedento no deserto, fechamos o coração, não ouvimos a voz de Deus e murmuramos!

Somente a paz que Cristo nos oferece por meio do seu sacrifício nos reconcilia como Pai inteiramente e nos convida a reconhecermos neste ato livre de amor o verdadeiro dom de Deus capaz de saciar-nos com a sua presença.

A Campanha da Fraternidade quer ser um alerta contra o desperdício, a privatização e o envenenamento das águas, além de despertar em nós a necessária consciência de que muitas vezes o consumo exagerado e compulsivo não consegue suprir totalmente o coração do ser humano, muito pelo contrário gera cada vez mais vazio!

Pe. Fernando Antonio Carvalho Costa

 

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