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Comissão para a Juventude prepara novo plano pastoral: “Cristo Vive e quer a juventude viva”

A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) prepara um novo plano pastoral para o trabalho de evangelização dos jovens brasileiros. Em reunião realizada nesta semana, na sede da Conferência, em Brasília, dois bispos e os assessores trabalham a partir dos resultados da escuta feita nos regionais e dos resultados do 3º Encontro de Revitalização, realizado em junho deste ano. No encontro, também esteve na pauta a avaliação da Missão Jovem na Amazônia, que aconteceu em julho.

Plano Pastoral

O bispo de Valença (RJ) e presidente da Comissão, dom Nelson Francelino Ferreira, recordou que o último plano pastoral da Comissão para a Juventude da CNBB teve seu prazo concluído em 2020 e, por conta da pandemia do novo coronavírus, teve seu processo de revitalização interrompido. No período, foi iniciado um processo de escuta nas dioceses e nos regionais. Já em setembro passado, durante reunião presencial entre os membros e os assessores, o resultado das escutas foi compilado em vista do encontro de revitalização. Este, por sua vez, foi realizado entre os dias 17 e 19 de junho, na arquidiocese de Niterói (RJ).

A percepção a partir das escutas, segundo dom Nelson, apontam para a atualidade dos planos pastorais anteriores, o Rota 300 e o Projeto IDE. “Muitas coisas foram conquistadas, mas não plenamente. Muitas coisas ainda soam como novas em muitas áreas do Brasil”, situa dom Nelson. E na atualização da iniciativa, foram levados em conta o lançamento da exortação pós-sinodal Christus Vivit, em 2019, e o período da pandemia. “A gente conviveu muito perto com a morte, com o luto, com o desencanto, e essa convivência gerou tantas situações no âmbito emocional, no âmbito físico da nossa juventude, até mesmo uma desarticulação”.

Esses dois elementos somam-se a Documento 85 da CNBB, que trata da evangelização da juventude. Citando a exortação apostólica Christus Vivit, dom Nelson destaca que o próprio Papa Francisco dá a entonação do novo plano pastoral, “quando diz que ‘Cristo Vive e quer a juventude viva’. Quer uma juventude como sujeito eclesial e social nessa reformulação de um mundo que sai machucado, mas sai com ousadia, com coragem, com protagonismo”.

O plano deve estimular, segundo o presidente da Comissão, o protagonismo juvenil.

“A gente quer manter essa linha central, essa base central da Christus Vivit, ‘Cristo Vive e quer a juventude viva’; olhar para a juventude descartada, para a juventude ferida, juventude magoada, juventude desencantada, ameaçada. Justamente, esse plano de Pastoral visa estimular esse protagonismo nessa perspectiva de incentivar, de animar, de preparar. E a gente percebe que a atualidade dos planos anteriores e como fazer resgates das pistas de ação inserindo nesse contexto pós-pandemia”.

Missão Jovem na Amazônia

Missão Jovem deste ano foi na Prelazia do Alto Xingu (PA), entre os dias 15 e 25 de julho. Em sua quinta edição, recebeu jovens de várias regiões do país e de diferentes expressões juvenis. Segundo o bispo auxiliar da arquidiocese de Belém (PA) e membro da Comissão para a Juventude da CNBB, a participação dos jovens “foi muito positiva”.

“Eles conseguiram se inserir bem na realidade, perceberam os clamores missionários, pastorais, contemplaram as deficiências daquela Igreja, a pobreza dela, e depois se sentiram assim muito honrados de ver a alegria da acolhida, a sede de Deus do povo, a simplicidade, e de modo que isso despertou neles uma visão clara de futuro. É uma igreja que tem futuro, porque tem crianças, adolescentes e jovens, e leigos que estão se preparando para assumirem grandes responsabilidades”, partilhou o bispo.

Missão Jovem e o novo plano pastoral

Dom Antônio explicou que a experiência e as perspectivas da Missão Jovem realizada neste ano em Tucumã (PA) têm a contribuir para o plano pastoral da Pastoral Juvenil, “já somando com muitas ideias que tinham sido refletidas nas reuniões de São Paulo e também do encontro de revitalização no Rio de Janeiro”.

Para ele, existem algumas convergências entre o evento e o documento em preparação.

“Primeiro, há um desejo grande de uma profunda e íntima relação com Jesus Cristo; há uma ideia concreta de um desejo cada vez maior de envolvimento e promoção com o Reino de Deus; há um desejo de missionariedade; há um desejo de uma Igreja mais dinâmica, mais inserida nos mais variados contextos socioculturais, de pobreza, de miséria, de carências. Nós encontramos também uma outra ideia, de uma Pastoral Juvenil cada vez mais encarnada na sua realidade concreta e também aberta para a sinodalidade. A experiência da missão jovem em Tucumã foi uma experiência sinodal, porque nós nos encontramos com jovens de todo o país, de diversas dioceses, regionais e de múltiplas expressões juvenis. Esse desejo de uma pastoral juvenil cada vez mais sinodal e é um compromisso do novo plano pastoral de Pastoral Juvenil”.

A reunião da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB foi realizada na terça, 2, e na quarta-feira, 3 de agosto, em Brasília. Estiveram presentes dom Nelson Francelino, dom Antônio de Assis Ribeiro e os assessores irmã Valéria Leal e padre Antônio Ramos do Prado. Dom Amilton Manoel não pôde estar presente.

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