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Arquidiocese de
Fortaleza

“Caminhos Espirituais”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista

O mesmo Caminho
Jesus é o caminho. Mesmo sem conhecê-lo, Ele permanece o único caminho. Como os discípulos seguiam seus passos, assim o seguimento de Jesus é a base da vida espiritual. Aderir pela fé a sua Pessoa é assumi-lo como o caminho. Diz Ele: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim, (Jo,14,6). Isso significa que Ele, conhecido ou não, é o único modo de se encontrar o Pai. Um mestre entre os judeus perguntou a Jesus sobre qual era o maior mandamento. Vendo que respondera bem, Jesus lhe diz: ‘Não estás longe do Reino de Deus”’ (Mc 12,34). Mesmo não tendo a verdade total, se aproxima dele. Isso nos faz mais unidos. Na medida em que soubermos ver nos outros a ação da graça de Deus, podemos ver quanto o Reino penetrou o mundo. Onde se vive a justiça, o amor e a paz, ali está o Reino de Deus e a presença salvadora de Cristo. Assim há muitos meios de seguir Jesus. Esse caminho não pode ser utilizado em favor de si próprio mas em favor de Cristo Jesus. Às vezes a gente se serve de Jesus e não serve a Jesus.

A mesma Verdade
Há diversos modos para aprofundar o conhecimento e a relação com Jesus Cristo. É como uma escada em caracol. Subimos e, em cada degrau, há uma visão diferente. Não se trata de ter um Cristo sob nosso modo de entender, mas Aquele que Deus nos deu. São Paulo diz: “Se alguém – mesmo que seja nós mesmos ou um anjo do céu – vos anunciar um evangelho diferente do que vos anunciamos, seja excomungado” (Gl 1,8). Em todos os séculos surgiram na Igreja movimentos espirituais. Ultimamente eles se tornaram até um modo de ser Igreja. Não apresentam uma doutrina diferente, mas acentuam aspectos diferentes da mesma verdade. É muito boa essa diversidade, pois o Espírito de Deus abre caminhos para aprofundarmos aspectos que ficaram esquecidos com o correr dos tempos. Referimo-nos às Ordens Religiosas e Congregações. Elas acentuam aspectos do Evangelho, como por exemplo: S. Francisco buscou a pobreza; Santo Inácio a obra missionária; S. Vicente de Paulo acentuou a caridade para com os pobres. Os movimentos atuais trazem riquezas e um conhecimento mais aprofundado de Cristo. É o mesmo Cristo. Há grupos que pensam que só existe aquele modo de ser de Cristo. Não se pode dizer que só o seu é verdadeiro. Há o risco de usar Cristo para aprovar as próprias idéias, sem coerência com o Evangelho. Não podemos pegar frases soltas. Por isso temos a Tradição, o Magistério e a Teologia que buscam orientar na coerência evangélica.

A mesma Vida
O caminho espiritual não são práticas devocionais, mas é a vida de comunhão com Deus em Cristo e com os irmãos no amor. Acima de idéias, teologias e ensinamentos, está a vida em Cristo. Nós nos perdemos em fazer coisas espirituais e nos esquecemos de ser em Cristo. Isso empobrece o caminho espiritual. A vida em Cristo nos leva a compreender a verdade e fazer o caminho. Daí surgirão práticas devocionais coerentes com a verdade. A devoção é muito boa. É preciso, contudo, salientar mais que a Vida de Cristo é a fonte. É preciso conhecer a Verdade e transformá-la em vida para fazer o caminho. Os diversos caminhos espirituais devem convergir todos para a Vida. Jesus nos dá um modo de realizar bem esse processo: “Assim, o discípulo do Reino é como o pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas” (Mt 13.52).

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista

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