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Arquidiocese de
Fortaleza

Meditação do Evangelho do XVI Domingo do Tempo Comum, (Mt 13,24-43)

Queridos irmãos em Cristo!

Deus, nosso pai, que sempre em sua generosidade faz multiplicar em nós os dons de sua graça, a fim de que por meio das virtudes teologais (Fé – Esperança – Caridade) nos capacitemos para guardarmos e testemunharmos fielmente os seus mandamentos (Oração Coleta). Por essa razão celebramos a memória pascal de Jesus em todas as pessoas, grupos, pastorais, serviços e movimentos que buscam ser, apesar das dificuldades semeadas, um sinal do reino no mundo.

No domingo passado, o Senhor nos havia ensinado sobre a necessidade de produzirmos frutos por meio da boa semente (a Palavra) semeada em nossos corações, cada um conforme as suas capacidades e generosidade de coração… Uns cem, outros sessenta ou trinta por um.

Neste domingo somos conduzidos pedagogicamente por meio das leituras para então descobrirmos a força de Deus que está em amar incondicionalmente e nos perdoar conseqüentemente (1ª Leitura), enquanto que a nossa fraqueza assistida pelo Espírito Santo nos leva à conversão e a ação efetivamente cristã (2ª Leitura).

Jesus nos ensina como se constitui a realidade do reino em três parábolas: O joio e o trigo, a semente de mostarda e a porção de fermento na massa. Cada uma destas histórias nos revela um enfoque distinto do mesmo e único reino que sendo de Deus requer a nossa colaboração. No primeiro destaque contemplamos a realidade indiscutível da presença do bem e do mal como realidades inatas da pessoa e da ação humana, são portanto situações sempre presentes e embora ambivalentes e opostas todavia também constituem o mistério do reino que cresce misteriosamente sem bem sabermos, mas que ao mesmo tempo comporta o mal semeado pelo inimigo do reino. A atitude do dono merece destaque: enquanto os empregados querem logo “cortar o mal” pela raiz, mesmo que prematuramente, coube ao dono da plantação ensinar que se deve dar tempo ao amadurecimento pela manifestação dos frutos que de fato comprovam que tipo de semente foi lançada; só então poderá ser tomada alguma atitude mais radical. O reino é uma dimensão onde o bem e o mal convivem, até podem crescer juntos, mas não podem permanecer os frutos do anti-reino!

No segundo episódio a realidade do reino de Deus é comparada com a experiência da pequenina semente de mostarda que traz consigo toda a potencialidade de uma das maiores árvores, capaz de abrigar as aves do céu em seus ramos. Enquanto muitas vezes buscamos a manifestação do reino nos grandes momentos, nos acontecimentos apoteóticos e nas situações onde um certo apelo ao emocional prevalece, este (no caso o reino) encontra-se presente nas iniciativas pequenas as quais esperam ser enxergadas com todo o seu potencial, todavia são ainda frágeis e quase imperceptíveis ao nossos olhos. O reino é uma dimensão da grandiosa ação de Deus por meio dos pequeninos e frágeis, mas que trazem consigo toda a força e a esperança!

Por fim, o terceiro enfoque sobre a natureza do reino nos chega por meio da imagem da pequena porção de fermento que misturada à massa faz tudo crescer e tomar forma. Na verdade, bem sabemos que basta uma pequena quantidade deste elemento químico se, de fato desejarmos fazer crescer e render bem o que estivermos preparando. Assim também a realidade do reino está presente em todas as nossas iniciativas que embora em pequenas quantidades, bem misturadas e integradas com aquilo que somos e fazemos, favorecem o crescimento e o bom rendimento par todos.

Buscando o reino em primeiro lugar as nossas ações serão luminosas e brilharão como o Sol e serão, portanto as mesmas aceitas e santificadas por Deus, assim como as apresentadas pela generosidade sincera de Abel (Sobre as oferendas). O reino de Deus que comporta tantas realidades é a necessária presença do Altíssimo junto ao seu povo (Oração depois da comunhão) e que nos ajuda a nos despojarmos do “velho-homem” marcado pelo pecado, pela busca de vanglória, avareza e consumo desordenado, a fim de que possamos assumir uma vida nova em Cristo.

Em Jesus, o bom pastor e Maria nossa Mãe.

Pe. Fernando Antonio Carvalho Costa

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