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Fortaleza

INDEPENDÊNCIA E PARTICIPAÇÃO – Esse é o Grito que Queremos!

Benimar de Oliveira Barbosa*

Há exatamente 190 anos, o clamor por independência ainda ecoa por todo o nosso Brasil. É um grito que vem das mais distantes terras, da garganta de nossos irmãos camponeses que sofrem com a seca; das mulheres oprimidas pelo machismo; das crianças e adolescentes sucumbidas pela violência causada pelas drogas e abandono; dos trabalhadores/s urbanos, que desempregados/as, encontram nas ruas, a única forma de sobreviverem. São também os dos idosos/as, dos/as encarcerados, dos/as imigrantes, dos/as dependentes químicos e de tantos outros que precisam gritar ao mundo as suas fragilidades.

Este é também o momento de prestarmos homenagem a pessoas que tombaram diante da força bruta de governos autoritários. Foram homens e mulheres que gritaram bravamente a fim de garantir a todos nós a tão sonhada liberdade. Lembremos então de Antônio Conselheiro, Padre Mororó, Bárbara de Alencar, Zumbi dos Palmares, Frei Tito Margarida Alves, Carlos Marighela, Ir. Dorothy, Chico Mendes, Santo Dias; e também daqueles que sempre lutaram pelos direitos humanos a exemplo de Dom Aluísio Lorscheider, Dom Helder Câmara, Ir. Crismanda…E tantos outros que doaram a vida pelo ideal de uma sociedade justa e fraterna, assim como fez Jesus Cristo e outros profetas e profetizas da liberdade.

Independência rima com participação, mas não é essa participação superficial, glamorisada que encontramos facilmente no vocabulário da direita e da esquerda; dos lutadores de rua e daqueles/as que expiam tudo pelas janelas, aquartelados, protegendo-se de possíveis conflitos. Não pode ser uma participação representativa e que pede ”com licença”, mas é aquela em que a única regra é amar ao próximo e por isso mesmo, não reconhece limites.

O Dia da Independência é mais do que apresentar-se pelas ruas de vestimentas douradas e tambores; é mais do que cantar o hino nacional de cor. É acima de tudo, comprometer-se e assumir responsabilidades com mudanças estruturais, e gritar bem forte, de forma autônoma e independente: “queremos uma nação onde homens e mulheres sejam de fato e de direito, os verdadeiros donos/as desse Brasil!

* Agente da Pastoral do Menor e militante dos direitos humanos.

3 respostas

  1. E preciso que isso nossos religiosos e leigos que estão expiando nas janelas de suas casas igrejas e conventos saiam e venham partilhar com o povo suas experiencias com o proprio AMOR, JUSTIÇA E LIBERDADE, JESUS CRISTO.

  2. Esse comentario é necessario, em tempos de conflito,pois é importante uma igreja engajada na vida do povo de Deus.

  3. Talvez o texto deveria começar com exatamente a 190 anos, fingiram que o Brasil havia se tornando um país independente. Por que os gritos, existem há muito tempo e pioraram quando os portugueses invadiram nosso país, roubaram nossas riquezas, violentaram as mulheres e crianças e fizeram dos indígenas escravos. Participação também tem um significado muito mais amplo. Bonito o Grito, mais os excluídos onde estavam que não se pronunciaram durante o evento. Uma pena que nossas palavras bonitas não se transformam em atos concretos.

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