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Fortaleza

Homilia do 27º Domingo Comum (02.10.11)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista

“O Reino vos será tirado”

Uma história em parábola

O Ano Litúrgico é uma grande escola para conhecermos Jesus, sua missão e os caminhos pelos quais corresponder ao Deus que se nos revelou. As celebrações têm um aspecto especular, isto é, são um espelho para nos vermos e ajustar nossos caminhos. Os primeiros cristãos, principalmente os de origem judaica, e eram muitos, colocavam-se diante do problema: Se Deus escolheu um povo para ser o depositário das promessas, das alianças, por que agora os pagãos entram em pé de igualdade na comunidade cristã? Jesus ensina que o Reino é aberto a todos os povos e igualmente aos judeus. Os judeus não perdem seu passado. Paulo é claro; “A eles pertence a adoção filial, a glória… e dos quais descende Cristo segundo a carne” (Rm 9,1-5). E diz também: “Israel ficou endurecido” (Rm 11,7).Os judeus não foram recusados. Ao tronco da oliveira doméstica foi enxertada a oliveira selvagem. Se esta floresceu, quanto mais florescerá o ramo natural (16-36). O ensinamento de Jesus não se dirige ao povo, mas aos chefes que eram os responsáveis a quem Deus confiou este povo. Nesta parábola podem, sobretudo, os que têm alguma responsabilidade sobre o povo, seja religiosa, civil ou social, fazer um exame de consciência, pois a eles ela se dirige.

Deus quer os frutos
A profecia de Isaias mostra o desencanto de Deus contra a falta de correspondência a seu plano. A parábola ensina que a vinha é o povo. Deus cuidou dela com tanto carinho e, quando veio buscar os frutos, só encontrou uvas azedas que são o sangue derramado e a injustiça. O texto da parábola é uma síntese da história do povo e de suas contínuas recusas. Ela é feita para os chefes do povo, que, tendo a responsabilidade sobre ele não o levou a produzir frutos para Deus. Os profetas foram mortos por cobrarem esses frutos. Deus mandou Jesus, o Filho, que veio anunciar a vontade de Deus. Também Ele foi morto e fora da vinha, isto é, fora das portas da cidade. Ele, que foi recusado, tornou a pedra angular do novo edifício. É Ele quem deu a Deus os resultados da vinha. O povo produzirá frutos. A vinha não é devastada, mas tem outro responsável que a faz produzir frutos para Deus.

O Reino vos será tirado
Deus fez muito por seu povo e agora faz por nós que recebemos a herança de Deus. Deus é fiel. Se formos infiéis, Ele pode confiar a outros o cuidado de sua plantação. Deus se comprometeu em fazer sua parte. Mas, se a Igreja e a sociedade, nas pessoas de seus responsáveis, a quem Deus seu povo e seu Reino, repetirem o que fizeram os chefes dos judeus, seremos todos excluídos. Muitas vezes nos questionamos sobre a fuga de tantos da Igreja. Temos as seitas, o ateímo, o laicismo e outros nomes. Será que não estamos obstruindo o plano de Deus com leis, costumes, políticas religiosas, filosofias que pouco tem a ver com o Evangelho? A vinha será dada a outros que possam produzir para Deus. Daremos um testemunho melhor se formos mais coerentes. O que podemos fazer para corresponder aos compromissos que Deus fez para conosco? O que esta Palavra nos questiona? Paulo dizendo: “Praticai o que aprendestes e recebestes de mim ou que de mim vistes e ouvistes” (Fl 4,9). Quando nos reunimos, é preciso ouvir o que Deus tem a nos dizer. A celebração não é só uma oração, mas um questionamento e uma missão.

Leituras: Isaías 5,1-7; Salmo 79; Filipenses 4,6-9; Mateus 21,33-43

 Homilia do 27º Domingo Comum (02.10.11)
1. Os cristãos vindos do judaísmo tinham dificuldades de aceitar os vindos do paganismo em pé de igualdade. Paulo ensina que, Jesus foi recusado pelos chefes do povo. Deus abriu a fé aos povos, mas não fechou a eles. A parábola se dirige aos chefes. Agora a parábola é uma chamada aos que dirigem o povo.
2. A parábola, como o texto de Isaias e salmo 79, comparam o povo à vinha. Deus pediu os frutos do povo e os chefes mataram os profetas e também a Jesus. Ele e agora o novo chefe, pedra de alicerce que dará os frutos a Deus.
3. Deus nos confiou esta vinha. Se não formos fiéis, Ele dará a outros. Os chefes da Igreja e da sociedade, se não derem os frutos a Deus, haverá a mesma exclusão. Vemos as saídas da Igreja. Não será por isso? E preciso dar os frutos a Deus

História bem contada
A parábola narrada por Jesus é a história do povo de Deus. Ele e Isaias, como também o salmo, chamam o povo de “a vinha, a plantação do Senhor”. No dizer de Isaías, Deus escolheu este povo, como se escolhe uma boa muda para plantar. Depois regou, adubou e entregou aos meeiros para cuidar. Na hora de colher não deu fruto.

Jesus diz a razão porque o dono não recebeu os frutos. O dono mandou os empregados buscar a parte dele. Mas os meeiros bateram e mataram os empregados. Depois mandou o filho. Pegaram o filho e o mataram fora da vinha.

Quem eram os empregados? Os donos do povo, as autoridades religiosas e civis. Então a plantação vai ser tirada deles e dada a outros que possam entregar os frutos. Assim aconteceu com o povo. Deus cuidou tanto dele. Mas mataram os profetas e matam o Filho, Jesus.

Assim acontece: o Reino vai ser tirado deles e dado a outros povos produzam os frutos e entregá-los a Deus.

Assim, acontece com a Igreja e com a sociedade: Se não promovemos o povo e usamos o povo para nosso proveito, o Reino passa para outros. Será que não é essa a causa de tanta gente abandonar a Igreja? As autoridades tanto civis como religiosas devem se examinar.

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista

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