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Fortaleza

Histórico da Paróquia de Guaiúba

A historia cidade religiosa em Guaiúba é a mesma da tradição brasileira desde seus primórdios. Todos os cidadãos de Guaiúba têm a religiosidade presente em suas vidas, seja pelos ensinamentos de seus ancestrais, seja pela importância que a cidade representa para a fé católica.

Para se conhecer as bases históricas de qualquer parte do território brasileiro, devemos ter em mente um refrão histórico: “O BRASIL, NASCEU AOS PÉS DA CRUZ”. Partindo de tal princípio, podemos então avaliar que Guaiúba não fugiu a regra. A cidade nasceu em 08 de setembro de 1682, como se pode verificar em um documento conhecido como “DATTA DE SESMARIAS”. Este documento validava a doação de terras, por parte do governo português, a donatários, que deveriam colonizar e desenvolver o lote doado.

Guaiúba nasceu primeiramente sob a denominação de Gayba pelos Tamoios, seus primeiros habitantes. Esta denominação foi mais tarde traduzida pelo ilustre escritor cearense, José de Alencar, como “POR ONDE CORREM AS ÁGUAS DO VALE”.

Contudo, a história guaiubana não começa exatamente após a doação das terras. Guaiúba apresenta um vazio histórico de aproximadamente cem anos. Somente a partir de 1775, é que se tem notícia dos primeiros ocupantes da região onde hoje estão localizados os municípios de Pacatuba e Guaiúba. Estabeleceu-se, nestas localidades, a família Costa e Silva.

A partir da vinda desta família, a vida espiritual da referida localidade começa a ganhar forma. Coube a Domingos da Costa e Silva, construir o primeiro estabelecimento espiritual em Guaiúba. Tal iniciativa foi decisiva para a concretização de um sonho: a construção da Igreja Matriz Jesus, Maria eJosé.

Após a morte de Domingão, como Domingos da Costa e Silva era conhecido, outros personagens da história guaiubana se tornaram responsáveis pela construção da igreja. Foram eles: Custódio Teixeira Lima, André Accioly e outros da referida família, Constantino da Costa e Silva possivelmente filho de Domingos da Costa e Silva, a família Frederico Araújo, além do apoio do Sr. João Correia Mendes, português que, durante muitos anos, foi uma importante liderança no município.

Finalmente , em 1899, a Igreja Matriz de Guaiúba foi concluída e inaugurada, desde já ostentando seu estilo Gótico. Por volta do ano de 1930, chegam a cidade missionários de outras localidades, iniciando as Santas Missões.

Com o estabelecimento das missões, a cidade começou a se desenvolver. Guaiúba passou a ser conhecida pelos arredores, através do “Terço das Segundas”, ministrado e liderado pela Srª Antonia Araújo de Freitas (Dona Totônia), esposa do Srº Manuel Baltazar, um dos maiores defensores do paroquiato de Guaiúba; pelas festas na pracinha do santo cruzeiro construída pelo Sr. Lindolfo Accioly; pelas romarias e novenas e por fim, pela Capela do Santo Cruzeiro construída em 1939 e inaugurada em 1940.

Logo, os moradores da cidade perceberam a necessidade da criação de uma paróquia para atender a população local. Até então, entre os anos de 1940/50, os serviços religiosos eram prestados pela Paróquia de Pacatuba, que enviava vigários como José Gaspar, Pe Rolim e Padre Antonio Souto, sendo este último uma grande expressão no âmbito da expansão religiosa.

Almejando a criação de um Sistema Paroquial em Guaiúba, as lideranças locais, como Manoel Baltazar, Raimundo Bandeira, Sinval Soares, José Nocrato, José Tristão, Clóvis Teixeira, Waldemar Teixeira, Lindolfo Accioly, Esaú Accioly e Francisco Gonçalves Ferreira (seu Nenê), organizaram uma comissão para formalizar o pedido de criação do já citado sistema pertencente a Arquidiocese de Fortaleza.

Após a formalização do pedido, todos os cidadãos guaiubanos iniciaram uma campanha para arrecadar fundos em prol da futura paróquia. Este movimento teve como líder político Joaquim Eduardo Benevides e, quanto à parte financeira, teve como principal representante o Sr. Manuel Baltazar de Freitas. Este último recebeu, posteriormente, o título de “Pai da Paróquia” pela sua significante contribuição financeira e empenho na criação da Paróquia de Guaiúba.

Concluída a arrecadação do montante exigido pela Arquidiocese de Fortaleza, a população guaiubana tem seu sonho realizado. No dia 19 de março de 1955, chega a cidade o primeiro pároco: Pe. Gerardo José Campos. Paulo Cabral de Araújo (orador e radialista) e Manuel Eduardo Campos (escritor, poeta, dramaturgo, radialista e presidente da Academia Cearense de Letras) ficaram responsáveis pelas saudações ao jovem e primeiro vigário.

Com a criação efetiva do paroquiato, o município conheceu um notável crescimento, com inúmeras ações no campo religioso, social e educacional, que beneficiaram de forma incontestável a vida da comunidade local. Algumas das principais ações foram: criação da Ação Social Paroquial de Guaiúba, a implantação do Programa Guaiúba se Diverte, cujo objetivo era o estímulo e a descoberta de talentos artísticos da terra e a apresentação de artistas consagrados nacionalmente; o Centro Catequético; a preservação da cultura e do folclore local, traduzidas pela intensa mobilização dos paroquianos nas festas religiosas; a participação popular nas ações políticas, traduzidas pelas passeatas nas datas mais importantes do ano, entre elas o 1º de maio; a criação do Patronato da Divina Providência, transformado depois em Ginásio Manuel Baltazar, entendido como o feito de maior expressão na Paróquia de Guaiúba.

Após 56 anos de Paróquia, os guaiubanos atestam que o legado do Padre Gerardo Campos, foi o marco divisor de duas Guaiubas: uma antes do Padre Gerardo e outra após o Padre Gerardo. Nenhum outro vigário teve uma obra missionária, social e educacional tão completa, e com resultados tão proeminentes e relevantes quanto o nosso primeiro vigário.

Cabe ainda ressaltar que o patrimônio paroquial foi enriquecido através de doações da parte da Sra. Amélia Araújo Pinheiro, viúva do Sr. Lindolfo Accioly, como a Casa e o Salão Paroquial, e o terreno onde foi construída a Maternidade Amélia Araújo Pinheiro, atualmente, sede de um posto médico e da Associação de Pais de Crianças Especiais APPAE.

Analisando toda a história de lutas e sonhos realizados, não nos resta dúvidas de que a criação da Paróquia de Guaiúba foi um dos maiores acontecimentos históricos da cidade. Juntamente com a sua criação veio o desenvolvimento social, fazendo de Guaiúba uma cidade realmente abençoada, e demonstrando, assim, que tem um povo que não esmorece diante do primeiro obstáculo.

[1] Esse texto foi escrito pelo Professor Sinval Leitão Filho, sendo que o mesmo está sendo postado neste Blog sob a responsabilidade do Professor Antônio Carlos Sales Paiva autorizado pela filha do escritor a Prof.ª Dr.ª Fátima Maria Leitão Araújo.

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2 respostas

  1. Que prazerosa essa história de Guaiuba contada pelo saudoso professor Sinval Leitão. Parabéns ao guaiubano Antonio Carlos Paiva pela iniciativa da postagem

  2. Que emocionante. Linda historia de Guaiuba, principalmente sendo contada pelo saudoso Sinval Leitão. parabéns ao Carlos Paiva pela postagem.

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