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Terapia Comunitária Integrativa – TCI completa 15 anos no Dias Macedo

A Paróquia São Francisco de Assis, no Dias Macedo, celebrará amanhã, dia 9 de maio de 2019, a partir das 15 horas, no Salão Paroquial, os 15 anos da Terapia Comunitária Integrativa.

Padre José Élio Correia de Freitas, Psicólogo e coordenador do projeto relembra as palavras sábias Doutor Adalberto de Paula Barreto para explicar o objetivo principal do TCI: “A Terapia Comunitária se caracteriza por ser um grupo de ajuda mútua, um espaço de palavra, escuta e construção de vínculos com intuito de oferecer apoio a indivíduos e famílias que vivem em situações de estresse e sofrimento psíquico” .

História da Terapia Comunitária Integrativa – TCI

Tudo começou há 32 anos (1987), no bairro Pirambu, em Fortaleza, Ceará. O advogado, Airton Barreto, montou ali o Centro dos Direitos Humanos do Pirambu, mas percebeu que muitas pessoas que procuravam o local traziam problemas familiares e pessoais. Com o apoio do irmão, médico psiquiatra e antropólogo, Dr. Adalberto de Paula Barreto, moradores do bairro eram encaminhados para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Ceará (UFC). Mas a quantidade de pessoas foi tão grande, que Dr. Adalberto decidiu ir ao bairro com um grupo de estudantes de medicina.

Partindo da dinâmica de reconhecer-se no outro, fortalecer a auto-estima e buscar soluções com o apoio daqueles que compartilham sua realidade, a Terapia Comunitária, uma metodologia desenvolvida de forma pioneira no Ceará, como já foi dito, está sendo disseminada em outros Estados e até no exterior. A partir das vivências para lidar com diversas situações, os usuários dessa metodologia tomam para si o poder e a possibilidade de ampliar a resolução dos problemas do cotidiano. Aflora aqui, o potencial de cada pessoa ou a sua resiliência.

Esse método de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) surgiu nessa favela em resposta a duas necessidades:

  • Atender milhares de pessoas com problemas emocionais e psíquicos;
  • Adequar as propostas acadêmicas de promoção de saúde às carências reais apresentadas por aquela comunidade.

A Terapia Comunitária se fundamenta em cinco (05) PILARES:

  1. Pensamento sistêmico;
  2. Teoria da comunicação;
  3. Antropologia cultural;
  4. Resiliência;
  5. Pedagogia de Paulo Freire.

Como surgiu a Terapia Comunitária Integrativa – TCI, na Paróquia São Francisco de Assis, Dias Macedo?

José Élio Correia de Freitas, padre e psicólogo, após concluir o curso de graduação em psicologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), em 2004, pensei em aplicar a psicologia na clínica, mas, sobretudo em um trabalho social ou psicologia social. Tendo ouvido falar do belo trabalho de psicologia social de Dr. Adalberto no Projeto 04 Varas, Pirambu, resolvi conhecer esse projeto.

Os vários cursos que fiz na área da saúde mental, um deles, na sede do Conselho Estadual de Medicina, conheci o Dr. Adalberto Barreto, administrando uma das disciplinas desse curso, denominada “Terapia Comunitária Integrativa”. Após esse estudo, apresentei-me ao médico e resolvi aprofundar e estudar essa metodologia abordada por ele. Fiz dois cursos com Dr. Adalberto, “Terapia Comunitária Integrativa” e “Auto-estima: cuidando do cuidador”.

Como formador do seminário São José de Teologia, da Arquidiocese de Fortaleza, e vigário da paróquia São Francisco de Assis – Dias Macedo, resolvi falar para o então pároco dessa paróquia, Pe, Oliveira Braga, no intuito de trazer para a paróquia esse modelo de terapia.

Pensei em enviar ao Projeto 04 Varas (Pirambu) para fazer esse curso, algumas leigas que pudessem me ajudar na aplicação da Terapia Comunitária nessa paróquia. Essas leigas primeiramente foram: Marta Maria, Elza, Rute Cruz, Julimary e Gilnar. O pároco, Pe. Oliveira, prontamente aceitou a vinda da terapia comunitária a sua paróquia e assim iniciamos as primeiras sessões na comunidade paroquial, Menino Jesus de Prega, no bairro Sumaré, Fortaleza.

Após essa comunidade Menino Jesus de Praga passar para uma outra paróquia, Mãe Santíssima, a Terapia Comunitária foi transferida para o CRAS do bairro Boa Vista. Por razão de muito barulho de carros e ônibus, por ser o CRAS localizado na Av. Alberto Craveiro, e por comodidade dos participantes e dos terapeutas, mudou-se para o salão paroquial dessa paróquia onde permanecemos até hoje.

Por necessidade de mais terapeutas, comecei a observar entre os próprios assistidos da terapia comunitária, aqueles que eu sabia que tinham um grande potencial para serem formados na terapia e assim me ajudarem nesse processo de prevenção à saúde mental.

Atualmente, foram formados mais cinco (05) terapeutas que atuam nesse nosso projeto, que são: Adriana, Nadja, Mirna, Kennya, Hosita e Gilnar, esta última, fazia parte do primeiro grupo de terapeutas.

Ao longo desses quinze (15) anos, a Terapia Comunitária já realizou em média mais de 600 sessões, atendendo centenas de pessoas que vieram  de vários municípios (Horizonte, Caucaia, Eusébio, Pecém, São Gonçalo do Amarante, Maracanaú e vários bairros de Fortaleza).

O nosso diagnóstico, ou seja, casos de sofrimentos psíquicos que acompanhamos, na sua maioria apontam: depressão (maior incidência), luto (morte), perdas, desemprego, separação, problemas afetivos e relacionamento familiar.

Agradeço as terapeutas comunitárias que ao longo dessa caminhada estamos juntos com o mesmo objetivo, ser presença solidária na vida de tantos potenciais humanos que vêm a nossa procura para serem acolhidos, aliviados e ressignificados os seus sofrimentos.

IMPORTANTE

Local da Terapia Comunitária – Av. Alberto Craveiro, 900 – Dias Macedo/ Salão Paroquial da Paróquia São Francisco de Assis.

Dia/Horário – Todas as quintas-feiras, às 15h.

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